A vespa-da-madeira (Sirex noctilio) é considerada uma das pragas mais destrutivas em plantações de pinus no Brasil. A infestação pode causar perdas econômicas de até US$ 53 milhões por ano, comprometendo tanto a qualidade da madeira quanto a produtividade dos plantios.
Com o objetivo de ampliar o conhecimento técnico e prático sobre o controle da praga, a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas), em parceria com a Embrapa Florestas, promoverá no dia 6 de junho um curso presencial sobre a vespa-da-madeira. O evento é aberto ao público e direcionado especialmente a profissionais do setor florestal.
O curso será ministrado pelos pesquisadores Susete Penteado e Paulo Pereira, da Embrapa Florestas, e vai abordar temas como:
Também será apresentado o processo de identificação da vespa-da-madeira (Sirex noctilio) e de uma nova espécie, a Sirex obesus, detectada pela primeira vez no Brasil em 2023, no estado de São Paulo.
Além do conteúdo teórico, o curso contará com uma etapa prática, onde os participantes irão ao campo para:
Acompanhar a aplicação do nematoide, principal método de controle biológico da praga
De acordo com os especialistas, árvores estressadas são mais vulneráveis ao ataque da praga. Entre os principais sintomas, estão:
O controle da praga exige manejo adequado, incluindo a remoção de árvores mortas ou danificadas e o uso de árvores-armadilha. No entanto, a estratégia mais eficaz tem sido o uso do Nematec, produto biológico desenvolvido pela Embrapa Florestas à base do nematoide Deladenus siricidicola.
O nematoide tem uma fase parasitária que atinge diretamente as larvas da vespa. Ele penetra no corpo do inseto, invade os ovos e esteriliza as fêmeas, impedindo sua reprodução. Assim, reduz a população da praga de forma eficiente e natural.
Produzido pela Embrapa e distribuído por meio do Funcema (Fundo Nacional de Controle de Pragas Florestais), o Nematec está disponível aos produtores entre março e agosto, período ideal para o controle da vespa. No Paraná, os pedidos são coordenados pela APRE Florestas e encaminhados à Embrapa Florestas.
Segundo dados da Embrapa, o uso adequado das estratégias de manejo e controle pode reduzir os prejuízos em até 70%. Essa estimativa reforça a importância da integração entre pesquisa científica, setor produtivo e políticas públicas para proteger as florestas plantadas — um segmento essencial da economia florestal brasileira.