24/05/2025 - 21:52
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Software desenvolvido pela Unicamp avalia resultado do tratamento de lesões em atletas

Software desenvolvido pela Unicamp avalia resultado do tratamento de lesões em atletas

Depois de ao menos seis anos de pesquisa, o ortopedista e médico do esporte da Unicamp, Sérgio Piedade, concluiu o desenvolvimento de um software voltado exclusivamente à análise do resultado do tratamento de lesões em atletas e praticantes regulares de esportes.

Chamado de 4-Domain Sports Prom – acrônimo de Patient Reported Outcome Measures, resultados reportados pelo paciente –, o software oferece uma avaliação abrangente, permitindo que médicos e profissionais de saúde acessem o resultado de tratamentos sob o ponto de vista do atleta ou do praticante de esporte que sofreu a lesão.

De acordo com Piedade, o programa é o primeiro questionário elaborado para avaliar essa população em suas especificidades físicas e psicológicas.

“Antes, as avaliações que a gente fazia em relação ao tratamento estavam baseadas em dados coletados a partir de questionários que não consideravam as especificidades e as demandas físicas desse grupo. O sistema foi desenvolvido para essa população específica”, afirmou.

Médico do esporte da Unicamp, Sérgio Piedade. Foto: Divulgação/Unicamp

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O questionário possui quatro domínios, responsáveis por avaliar a condição do atleta antes da lesão, avaliar sua condição após a lesão, coletar informações sobre as expectativas do atleta em relação ao tratamento e obter sua avaliação sobre o tratamento recebido e os resultados operatórios. Cada domínio tem duas questões com respostas que vão de zero a dez.

O questionário registra informações reportadas pelo atleta sobre seu nível de atividade e suas principais demandas físicas antes da lesão, conseguindo assim estabelecer sua condição clínica como referência.

Há questões sobre, por exemplo, quão motivadora (estresse positivo envolvido) é a atividade esportiva que pratica, quais as principais exigências físicas na atividade e que tipo de lesão sofreu – parte do corpo, local exato da ocorrência e o quanto essa lesão influenciou na sua qualidade de vida. Constam ainda perguntas sobre a frequência da prática esportiva e o quanto a atividade esportiva influencia sua qualidade de vida.

Piedade ressalta que o questionário não oferece um escore final pois foi concebido para promover uma avaliação aprofundada dos dados coletados a partir da análise estatística descritiva e inferencial.

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O software, conta Piedade, permite coletar informações adicionais do paciente como peso, altura, idade, modalidade esportiva, tipo de lesão e tratamento – informações que poderão ser usadas ou não pelo pesquisador de acordo com seu foco de interesse, conseguindo fazer um recorte com a população de atletas que pretende analisar.

Tela do software que coleta informações repassadas pelo paciente e faz análise descritiva
Tela do software que coleta informações repassadas pelo paciente e faz análise descritiva. Foto: Divulgação/Unicamp

O aplicativo coleta as informações repassadas pelo paciente, as envia para um banco de dados – que poderá estar em uma nuvem ou no próprio computador – e realiza uma análise descritiva. A partir de 50 pacientes avaliados, o programa emite uma análise inferencial.

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Piedade conta que o software permite ao profissional da saúde filtrar os dados antes de explorar a análise estatística. Além disso, pode ser usado para problemas específicos, como casos de lesão nos ombros, nos joelhos, nos tornozelos etc. Ao mesmo tempo, o aplicativo oferece a opção de exportar ou imprimir uma planilha de dados.

De acordo com o professor, o questionário permite aos profissionais da saúde e aos pacientes trabalharem questões específicas, como as demandas físicas relacionadas a uma determinada modalidade esportiva ou o desempenho do atleta nessa modalidade. Um goleiro, por exemplo, tem maior propensão a contusões nas mãos, nos ombros e nos cotovelos. Um atacante, por sua vez, pode ter problemas mais graves nos joelhos.

“As modalidades esportivas podem ter demandas físicas específicas, por isso a importância de questões que fazem a classificação”, disse. “As lesões não são uniformes.”

Desenvolvido originalmente em inglês, o software recebeu traduções para português, espanhol, italiano e chinês. Nos próximos meses, segundo o professor, estará disponível também uma versão em francês.

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O professor disse que, para a elaboração do programa, contou com a colaboração de Cleide Moreira Silva (estatística), Anderson Barreto Furlan (programador de software), Marcelo Nishihata Fernandes (web designer) e Mariana Percario Piedade (screenwriter e animator).

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