Um novo filme nacional estreou nos cinemas nessa quinta-feira (24/4). Trata-se de Serra das Almas, longa de Lírio Ferreira que mistura drama, ação e terror e tem o elenco formado por Julia Stockler, Ravel Andrade, Mari Oliveira, Vertin Moura e David Santos.
Ambientado no interior de Pernambuco, Serra das Almas acompanha uma emboscada que envolve bandidos, uma investigação jornalística e políticos corruptos. Em conversa com o Metrópoles, Ravel e David, que interpretam ladrões, detalharam que o longa destaca a masculinidade tóxica e até onde ela pode chegar.
“O filme trata sobre três amigos que tem um passado meio obscuro e culmina em uma casa, que conhecem desde a infância. Esses fantasmas do passado acabam voltando e eles acabam entrando em conflitos. [O filme] fala muito sobre a masculinidade tóxica e qual o limite dela”, ressaltaram os atores.
Além da ação, Serra das Almas oferece um terror psicológico mesclado com segredos. “O mistério está muito envolto na relação desses três. Tem um momento que eles entram em colapso, mas tem um desfecho final onde não é o colapso que leva eles ao fim.”
Os artistas acrescentam que outro ponto importante para o longa é a presença de três personagens femininas, que carregam a chave para a conclusão da história. “Os mistérios irão levar o espectador para a frente, para querer ver o que vai acontecer”, pontuam.
Eles destacam ainda que a “energia feminina” leva um toque especial para a produção. “No final do filme tem a energia feminina, de cumplicidade e de cuidado que está nas mulheres, como a sensibilidade de falar sobre as coisas, os problemas e os sentimentos.”
Retomada do cinema brasileiro
Ravel e David acreditam que o cinema brasileiro está vivendo “um grande momento”. “Sofreu duros anos da era Temer para cá em todas as linguagens: no teatro, na música e no cinema também. Tiveram vários cortes e congelamentos, tudo isso atrapalhou muito no processo de crescimento que a gente tinha”, destacaram.
Um grande exemplo de qualidade e sucesso no cinema nacional é Ainda Estou Aqui, filme de Walter Salles vencedor do Oscar e do Globo de Ouro.
“Estamos passando por um momento muito positivo de colheita de grandes frutos, mas isso é resultado de um corte que vem sendo feito há muitos anos. A retomada está acontecendo, mas a gente precisa fazer com que ela aconteça de maneira mais forte ainda, porque ainda não está do jeito que nós queremos e precisamos.”
