Um centro de recuperação em Paulo Lopes, em Santa Catarina, teve suas atividades encerradas após denúncias de práticas de tortura. A decisão foi proferida na última terça-feira (29), pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
O Centro de Recuperação de Toxicômanos e Alcoólotras (CRETA), é acusado por implicar castigos físicos, trabalhos forçados, privação de sono, dopagem com medicamentos sem prescrição médica, humilhações públicas e abusos sexuais aos seus pacientes.
As vítimas incluíam crianças, adolescentes, adultos e idosos, que eram alocados em espaços compartilhados e supervisionados por monitores sem qualificação técnica, e ex-internos promovidos informalmente.
Segundo testemunhos, os internos passavam por castigos como ajoelhar sobre grãos de feijão, cortar batatas durante toda a madrugada, limpar fezes de porcos, e lavagem de talheres em goteiras sob frio e chuva.
A alimentação no local era insuficiente, e doações enviadas por familiares, como cobertores ou dinheiro, eram retidos pelos coordenadores. As vítimas também eram proibidas de sair ou visitar suas famílias.
Além da sentença por maus tratos, a instituição também enfrenta acusações por crimes ambientais – como desmatamento de vegetação nativa e construção em áreas de preservação permanente sem licenciamento – e por fraudes administrativas e previdenciárias.
De acordo com o promotor de Justiça, a instituição foi provisoriamente fechada em 2006 após uma ação civil pública proposta pelo MPSC, mas que somente agora houve a confirmação do fechamento definitivo.
*Sob supervisão de Pedro Osorio