20/05/2025 - 05:42
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Redesenho no comércio global de carne suína cria oportunidades para Brasil e Europa em meio a incertezas econômicas e sanitárias

A disputa comercial entre Estados Unidos e China tem provocado uma reorganização nas rotas de exportação da carne suína. Com tarifas adicionais sobre o produto norte-americano, países como Brasil e membros da União Europeia tendem a ganhar espaço, mesmo diante da busca chinesa por maior autossuficiência — as importações representam menos de 5% da oferta total no país asiático.

Apesar da demanda consistente, espera-se apenas um crescimento modesto na produção brasileira e europeia ao longo de 2025. Com isso, haverá uma redistribuição dos fluxos comerciais em outras regiões.

Os custos para a criação de suínos estão desiguais ao redor do mundo. Enquanto América do Norte e Europa registram menores despesas com insumos, América do Sul e partes da Ásia enfrentam pressões maiores, especialmente no preço do milho. No Brasil, os preços elevados do cereal refletem a valorização dos biocombustíveis, o aumento da demanda por rações e a desvalorização do real.

Doenças como a febre aftosa (FMD) e a síndrome reprodutiva e respiratória dos suínos (PRRSv) continuam a desafiar a produção. Na América do Norte e na Ásia, questões sanitárias limitam a oferta. Na Europa, surtos recentes de FMD causaram interrupções comerciais temporárias, embora a Alemanha tenha recuperado o status de área livre da doença. A principal medida de defesa segue sendo o fortalecimento da biossegurança. Um alento vem dos EUA, que aprovaram o uso de edição genética para desenvolver suínos resistentes à PRRSv.

As tensões comerciais devem continuar moldando os incentivos à produção, especialmente com a desaceleração da economia global. A retirada parcial de tarifas entre EUA e China, válida por 90 dias, não deve impedir que as exportações americanas para o país asiático sofram. Com isso, fornecedores alternativos — como Brasil, Chile e União Europeia — devem se beneficiar.

A redução nas exportações de subprodutos (miúdos) aos chineses poderá afetar os preços pagos aos produtores norte-americanos, forçando a busca por novos mercados. Por outro lado, os menores custos com ração nos EUA podem aliviar parte das perdas.

A recuperação nos preços da carne suína no segundo trimestre de 2025, após queda no início do ano, é reflexo da oferta limitada de matrizes e de uma recuperação modesta no consumo, apesar do ambiente econômico desafiador.

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