A polícia civil de São Paulo abriu um inquérito para investigar uma rede social por apologia à violência digital. A medida foi tomada após a plataforma ter descumprido uma solicitação emergencial das autoridades, que pedia o fim de uma transmissão ao vivo em que cenas de violência eram mostradas para crianças e adolescentes.
Policiais do Núcleo de Observação e Análise Digital (Noad) flagraram o momento em que a “live” acontecia durante um monitoramento de um grupo envolvido na divulgação das imagens. Mesmo com o pedido para a derrubada do servidor, a plataforma não acatou e o evento não foi finalizado.
Após o descumprimento da ordem, as equipes elaboraram um relatório de inteligência, com provas e argumentos que comprovam os crimes. O documento foi encaminhado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que analisou os fatos e instaurou o inquérito policial, no dia 28 de março, para aprofundar as investigações.
A plataforma responsável pela transmissão online foi intimada. A Polícia colherá depoimento dos representantes da empresa no país e de outros envolvidos.
Além da divulgação de imagens violentas, os “líderes” do servidor submetem usuários a vários tipos de violência, desde estupros virtuais a automutilação. Eles também usam a plataforma para comercializar pornografia infantil.
As pessoas que utilizam a rede social promovem as transmissões para centenas de pessoas em troca de “fama” e “reconhecimento” na comunidade digital. Além de menores de idade, maiores também foram identificados pelos policiais infiltrados nas transmissões.
A CNN tentou contato com a plataforma digital e aguarda retorno.