Segundo análise da TF Agroeconômica, a redução de cerca de 60% na venda de sementes de trigo no Rio Grande do Sul deve resultar em uma retração de até 40% na área plantada na próxima safra. Com isso, a oferta do cereal pode diminuir consideravelmente, abrindo espaço para uma valorização dos preços no próximo ciclo.
Diante deste cenário, os produtores que optarem por manter o plantio, mesmo com a tendência de recuo, podem ser recompensados com preços mais elevados no futuro, em razão da possível escassez do grão no mercado.
No curto prazo, os negócios com trigo no Rio Grande do Sul permanecem pontuais e em ritmo desacelerado. Os preços variam entre R$ 1.300,00 e R$ 1.400,00 por tonelada, dependendo da localização dos moinhos.
A estimativa é que ainda restem entre 350 mil e 390 mil toneladas para serem comercializadas no estado. Já há ofertas da nova safra a R$ 1.250,00 FOB, mas sem aceitação por parte dos compradores.
O preço de exportação projetado para dezembro é de R$ 1.330,00/t. Em Panambi, o preço na pedra manteve-se estável em R$ 70,00 por saca.
A queda do dólar impactou o mercado catarinense, reduzindo em R$ 44,00 por tonelada o custo do trigo importado. Os negócios com a safra anterior continuam esporádicos, com valores próximos a R$ 1.400,00/t FOB.
O plantio da nova safra ainda não teve início, pois a janela ideal ainda não se abriu. A venda de sementes também sofreu retração de aproximadamente 20% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Os preços pagos aos produtores permanecem estáveis, com destaque para Xanxerê e Rio do Sul, onde a saca é negociada a R$ 80,00.
No Paraná, o mercado segue travado. Vendedores pedem pelo menos R$ 1.550,00/t FOB, enquanto os compradores estão dispostos a pagar até R$ 1.500,00, com retirada prevista para junho e pagamento em julho.
Há também interesse na nova safra, com propostas de R$ 1.400,00 para entrega em outubro e R$ 1.350,00 para novembro. No entanto, os produtores ainda não demonstram disposição para fechar negócio nesses valores.
Um estudo de uma cooperativa local apontou que é possível incentivar o plantio com menor desembolso financeiro: ao invés de investir R$ 3 milhões em caixa, a aplicação de R$ 800 mil no mercado futuro poderia gerar o mesmo impacto.
A média semanal do preço da pedra teve leve queda de 0,13%, chegando a R$ 79,41/saca. Já o lucro médio estimado do triticultor está em torno de 8%, segundo dados do Deral.
