06/05/2025 - 21:33
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Quebra de resistência das biotecnologias: Controle precoce de lagartas é essencial para safra 2024-25, aponta J&A Consultoria

Consultores e pesquisadores especializados nas culturas de algodão e milho têm observado, com crescente preocupação, a quebra de resistência das variedades biotecnológicas, como a Viptera, contra ataques de lagartas de alta complexidade, entre elas a Spodoptera frugiperda. Para o sócio fundador da J&A Consultoria, Jefferson Brambilla, a safra atual se apresenta como uma das mais desafiadoras dos últimos anos devido à intensidade dos ataques de lepidópteros.

Engenheiro agrônomo e especialista em fertilidade de solo e nutrição de plantas, Brambilla gerencia, na safra 2024-25, aproximadamente 20 mil hectares de algodão e 40 mil hectares de milho, com foco principalmente na região da BR-163, no estado de Mato Grosso. Ele observa que todas as áreas sob sua consultoria enfrentam uma pressão significativa de lagartas. “É fundamental que o produtor de milho e algodão realize uma monitoração constante de suas lavouras e inicie o controle das lagartas ainda no estágio inicial, quando o manejo é mais eficaz”, recomenda.

Brambilla enfatiza a importância do manejo integrado, que deve combinar o uso de produtos químicos e biológicos, como os baculovírus. “Após a lagarta atingir estágios mais avançados, o controle se torna mais difícil e menos eficaz”, alerta.

O consultor observa que, devido à resistência crescente das pragas, será necessário realizar entre três e quatro aplicações adicionais de inseticidas em comparação com a safra anterior. “Recentemente, tivemos um aumento significativo no número de lagartas no algodão, o que indica que o controle das pragas será um desafio constante até o final da safra”, diz Brambilla, destacando que a resistência das biotecnologias é agora uma realidade para os produtores de milho e algodão.

Ele ainda aponta que a situação atual remete a problemas enfrentados há 15 anos, quando a eficiência das biotecnologias também era limitada. “O que estamos vendo agora é a repetição de situações passadas, com perdas mais expressivas em algumas áreas e menores em outras. Porém, os maiores danos estão ocorrendo nas estruturas reprodutivas das culturas, como nos botões florais do algodão e nas espigas do milho”, avalia.

Em relação ao milho, dados da consultoria Kynetec indicam que, na safra 2023-24, a biotecnologia Viptera predominou no Mato Grosso, cobrindo 78% da área plantada do estado, o que equivale a aproximadamente 6,9 milhões de hectares.

Recentemente, o pesquisador Jacob Crosariol Neto, do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMA), alertou sobre o aumento das aplicações de inseticidas em lavouras de milho Viptera. Segundo Crosariol, o uso de inseticidas em biotecnologias que até pouco tempo controlavam as principais lagartas resultará em custos adicionais consideráveis para os produtores, tanto na safra atual quanto nas seguintes.

“A resistência das lagartas à tecnologia Viptera é uma realidade”, afirmou o pesquisador, que também destacou o potencial destrutivo da Spodoptera frugiperda. “Esta praga pode causar prejuízos expressivos de forma acelerada. Em termos de produtividade, a perda de controle pode resultar em danos de 80% a 100% na lavoura”, concluiu Crosariol Neto.

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