Na gramática normativa, a letra maiúscula é um recurso geralmente usado no início de novas frases, bem como citações diretas e outros contextos. Acaba sendo uma maneira de separar as informações para entender quando algo começa e, de fato, termina.
Sem a letra maiúscula, os textos dissertativos, por exemplo, seriam deveras confusos, a depender de cada caso. No entanto, é importante ressaltar que estamos falando especificamente da norma culta. A língua é viva e, por vezes, admite outras formas.
Como assim? Na literatura, alguns autores brincam com o estilo narrativo ao “transgredirem” as normas padronizadas, com a intenção de relacionar a forma de escrever com o conteúdo do que está sendo escrito num romance e outros gêneros.
O grande José Saramago era um expert em fazer com que a arte da escrita fosse um espetáculo à parte. É só você folhear brevemente o seu livro, Caim, para entender o que estou falando. O autor tinha a sua própria maneira de demarcar um diálogo.
Em vez de simplesmente usar travessão e parágrafo para separar, ele preferia a vírgula e a letra maiúscula. Assim, saberíamos quando algum personagem estava falando. Seu estilo geralmente causa estranheza em quem está habituado com o “padrão”.
E é aí que entra a arte da escrita. A liberdade nos entremeios das palavras. A grande vicissitude em transformar o ordinário em extraordinário. A grande onda narrativa que nos transborda de dentro para fora e faz com que nos envolvamos com o texto.
Mas, é claro, quando estamos falando da gramática normativa de textos formais, não existe brecha para “eu lírico” ou nada nesse sentido, especialmente quando o assunto é concurso público. Por isso, vale ficar sempre atento ao que pode ou não fazer.
Em nossa matéria, relacionamos palavras que sempre (digo, sempre mesmo) devem ser escritas com letra maiúscula. Muito mais do que nomes próprios e início de frases: o recurso também é usado em outros contextos e vale a pena compreendê-los desde já.