Os preços do café registraram forte queda ao longo de maio, tanto nas bolsas internacionais quanto no mercado físico brasileiro. A pressão sazonal provocada pela entrada da nova safra do Brasil, aliada a expectativas mais favoráveis quanto à oferta global, foi o principal fator de desvalorização.
Confira os destaques do mercado:
Segundo Gil Barabach, consultor da Safras & Mercado, o mercado global sofre tradicionalmente com a pressão da colheita brasileira neste período. O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, e a chegada da nova safra reforça a oferta no mercado.
Apesar de uma quebra na produção do café arábica, ela é menor do que o inicialmente previsto, o que contribuiu para a queda nos preços. Além disso, o clima tem favorecido o avanço da colheita, acelerando os trabalhos e reforçando a pressão de baixa.
O café robusta também sofreu significativa desvalorização, especialmente na Bolsa de Londres. A melhora do clima no Vietnã — segundo maior produtor mundial — e a entrada da safra na Indonésia contribuíram para ampliar as expectativas de uma oferta global mais confortável.
De acordo com Barabach, por esses fatores, o robusta caiu ainda mais do que o arábica ao longo de maio.
Para o mês de junho, a tendência é de que a pressão sazonal continue, com o mercado atento à evolução da colheita brasileira. A atenção também se volta para as condições climáticas, especialmente a possibilidade de geadas, que podem impactar negativamente a produção.
O monitoramento do frio e da umidade deve ser fator chave nas decisões de mercado nas próximas semanas.
Café arábica (contrato julho na Bolsa de Nova York):
Café robusta (Bolsa de Londres):
No mercado interno, a colheita vai ganhando ritmo, e os lotes da nova safra começam a chegar, promovendo ajustes entre os estoques remanescentes e a produção mais recente.
Café arábica bebida boa – Sul de Minas Gerais:
Enquanto os arábicas mais finos se mantêm relativamente sustentados, os cafés de qualidade inferior e o conilon da nova safra sentem maior pressão sobre os preços.
Maio foi marcado por fortes quedas nos preços do café, influenciadas pela colheita brasileira, melhora na oferta global e clima favorável. A tendência é de continuidade da pressão no curto prazo, com o mercado atento às condições climáticas e ao ritmo da safra.