07/05/2025 - 23:46
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Praga ameaça plantações de mandioca no Tocantins e causa prejuízos significativos

Após a ocorrência de um estado de emergência fitossanitária no Pará e no Amapá devido à vassoura-de-bruxa, uma nova ameaça surge para os mandiocultores no Tocantins. A mosca-das-galhas da mandioca (Jatrophobia brasiliensis), uma praga secundária até então pouco problemática, tem se espalhado rapidamente, causando sérios danos nas lavouras. A infestação, em alguns casos, tem provocado perdas de até 100% nas plantações de mandioca, especialmente nos plantios mais recentes, afetando também outras regiões do Brasil.

A Embrapa Pesca e Aquicultura, localizada em Palmas-TO, está oferecendo suporte aos extensionistas do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) e aos produtores da área. A principal estratégia adotada para o controle da praga é o manejo integrado de pragas (MIP), que combina diversos métodos de controle, com a aplicação de defensivos químicos sendo considerada apenas como última alternativa.

O entomologista Daniel Fragoso, pesquisador da Embrapa, explica que os danos causados pela mosca-das-galhas são provocados pelas larvas da praga, que se alimentam dos tecidos internos das plantas. Como resposta ao ataque, as plantas formam galhas ou verrugas, estruturas que prejudicam a fotossíntese e o desenvolvimento da planta. Em casos mais graves, as plantas jovens podem morrer. “A mosca-das-galhas é uma pequena mosca amarela que deposita ovos nas folhas, onde as larvas eclodem e começam a se alimentar do tecido foliar”, explica Fragoso.

Os danos causados pela praga têm levado muitos produtores a adotar medidas mais drásticas, como o replantio. Cristiano Barros, produtor do Polo de Fruticultura Irrigada São João, no Tocantins, relata que, inicialmente, a infestação parecia ser um problema pontual, mas logo se espalhou, forçando-o a destruir a plantação e iniciar um novo ciclo. “Quando percebemos, a praga já havia se instalado de forma irreversível, e tivemos que gradear a terra e plantar tudo de novo”, lamenta.

A causa do surto da mosca-das-galhas ainda está sendo investigada. Uma das hipóteses levantadas pelos pesquisadores é que o uso intensivo de inseticidas na safra passada, para controlar a mosca branca, pode ter diminuído a população de parasitoides naturais, responsáveis pelo controle biológico da praga.

Em parceria com os produtores, a Embrapa tem trabalhado no desenvolvimento de formas mais eficazes de combate à infestação. A prevenção é um fator essencial, e, por isso, a identificação precoce e o monitoramento constante são recomendados. Além disso, práticas como o plantio no período seco, o uso de cultivares resistentes (como Maniçobeira, Jari e Santa Bárbara) nas bordaduras e a eliminação de restos culturais são fundamentais para o manejo. A rotação de culturas e a destruição manual das folhas infestadas também têm se mostrado úteis.

Fragoso ainda destaca a necessidade do uso criterioso de defensivos químicos em casos de infestações intensas, com a rotatividade de ingredientes ativos, a fim de evitar o desenvolvimento de resistência da praga. O manejo integrado de pragas visa equilibrar as técnicas e garantir a sustentabilidade dos sistemas produtivos, sem comprometer a produtividade.

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