O poder de compra dos fertilizantes pelos agricultores brasileiros caiu ao menor patamar em mais de dois anos e meio. O dado foi divulgado pela Mosaic nesta segunda-feira (3), com base no Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF), que apresentou alta de cerca de 5% em maio, atingindo 1,20. Esse é o maior valor desde outubro de 2022, quando o setor ainda sentia os reflexos da guerra na Ucrânia nos preços dos adubos.
Vale lembrar: quanto mais alto o IPCF, menor o poder de compra do agricultor.
Os preços dos fertilizantes continuam em elevação. Entre os destaques, estão os seguintes aumentos:
Segundo a Mosaic, esse movimento de alta pressiona diretamente os custos de produção e eleva o IPCF, afetando a capacidade de aquisição dos produtores.
O índice também é influenciado pelos preços de commodities como soja, milho, açúcar, etanol e algodão. Em maio:
O preço médio das commodities caiu cerca de 1%;
A Mosaic apontou que a queda nos preços está relacionada ao avanço do plantio de soja e milho nos Estados Unidos, sob boas condições climáticas, à finalização da colheita da soja no Brasil com ampla oferta e ao início da colheita da segunda safra com boas expectativas.
Com o plantio da safra 2025/26 previsto para começar em setembro, a Mosaic alertou que ainda há uma parte significativa do mercado de fertilizantes a ser negociada. O momento é considerado estratégico e sensível a variações do comércio.
A empresa informou que o mercado de fertilizantes para soja já teve 74% das negociações concluídas, mas o restante deve ocorrer em um ritmo mais lento.
A demanda aquecida tem impulsionado as importações e, segundo a Mosaic, isso gera um aumento no fluxo de navios e pode levar a acúmulo de entregas no segundo semestre.
Dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) indicam que as entregas de fertilizantes no Brasil cresceram 9,1% no primeiro trimestre de 2025, totalizando 9,44 milhões de toneladas.
Já o Rabobank prevê que o volume total de entregas este ano pode atingir um recorde de 46,6 milhões de toneladas, alta de 2% sobre 2024.
Apesar da perda no poder de compra, a Mosaic mantém a projeção de crescimento no consumo de fertilizantes no Brasil em 2025. A empresa destacou que, além da demanda aquecida, há uma limitação estrutural na oferta global de fósforo, concentrada em poucas regiões e sob pressão de consumo crescente.
Outro fator de atenção são possíveis restrições logísticas na China, o que pode impactar o abastecimento global.
A Mosaic finalizou alertando: produtores que postergarem a compra podem enfrentar atrasos nas entregas no segundo semestre.