Os preços do petróleo subiram mais de 3% nesta segunda-feira (12), enquanto a soja foi negociada perto de seu maior valor em mais de três meses, depois que os Estados Unidos e a China suspenderam as tarifas comerciais por 90 dias, trazendo algum alívio aos mercados.
As duas maiores economias do mundo concordaram em reduzir temporariamente as tarifas recíprocas enquanto negociam o fim de uma guerra comercial prejudicial que alimentou temores de recessão e agitou os mercados financeiros.
Os EUA reduzirão as tarifas extras sobre as importações chinesas de 145% para 30% e as tarifas chinesas sobre as importações dos EUA cairão de 125% para 10%.
“Essas novas taxas retornam as tarifas aos níveis anteriores ao Dia da Libertação e representam uma redução melhor do que a esperada”, disse Ewa Manthey, estrategista de commodities do ING, referindo-se ao dia 2 de abril, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma série de taxas sobre parceiros comerciais.
Os futuros do petróleo bruto Brent e WTI dos EUA subiram mais de 3% após o acordo entre dois dos maiores consumidores de petróleo do mundo, somando-se aos ganhos da semana passada de cerca de 4% [O/R].
“O petróleo bruto, recentemente sob pressão de um aumento de produção da Opep+, surgiu inicialmente como o maior vencedor, com as notícias ajudando a estabilizar as perspectivas de demanda”, disse o analista do Saxo Bank, Ole Hansen, em uma nota.
No mercado de gás, o contrato holandês de referência para o primeiro mês subiu para 36,18 euros por megawatt-hora (MWh), ou US$11,79/mmBtu, o maior valor desde 16 de abril, com base em dados da LSEG.
A soja tem sido a cultura americana mais afetada pelo impasse comercial, já que a China — o maior importador de soja do mundo — transfere suas compras dos EUA, o segundo maior exportador mundial, para o Brasil.
O contrato de soja mais ativo da Chicago Board of Trade,, subiu 1,7%, para US$ 10,69 o bushel, próximo de seu valor mais alto desde o início de fevereiro.
Como os investidores adquiriram ativos mais arriscados, os preços do ouro à vista caíram cerca de 3% para até US$ 3.207,3 a onça [GOL/].
Os preços dos metais industriais subiram com a diminuição dos temores quanto ao crescimento e à demanda, embora os traders tenham dito que o mercado continua cauteloso. [MET/L]
O cobre de referência na Bolsa de Metais de Londres estava 0,9% mais alto, a US$ 9.528 a tonelada métrica, enquanto o alumínio ganhou 2,9%, para US$ 2.488.
“As tarifas foram reduzidas por um período limitado, mas não sabemos o que acontecerá depois disso e se (os EUA e a China) conseguirão chegar a um acordo permanente”, disse Callum Macpherson, chefe de commodities da Investec.
“Quanto mais tempo esse ambiente incerto se arrastar, maior será o impacto sobre a economia real.”