O pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) Diego Viana falou, em entrevista à CNN, sobre o caso do caseiro, de 60 anos, que foi morto por uma onça-pintada, no Mato Grosso do Sul.
Viana ressaltou que, embora raros, ataques de onças-pintadas a seres humanos podem ocorrer. O pesquisador da UFMS esclareceu também aspectos sobre o ocorrido e a natureza desses ataques na região do Pantanal.
Segundo o especialista, existem diversos fatores que podem levar a situações de risco: “A onça defendendo filhotes ou uma presa que ela abateu, uma onça ferida, mas, principalmente, é muito importante a gente olhar também para as práticas humanas que geram risco”.
Uma prática particularmente preocupante, segundo Viana, é a “seva”, que consiste em alimentar animais selvagens em determinados pontos. Esta prática, proibida por lei no Mato Grosso do Sul, pode fazer com que os animais percam o medo natural de se aproximar de seres humanos, associando a presença humana a uma fonte de alimento.
Viana enfatizou a importância de estratégias para evitar situações de risco. “Existe hoje a possibilidade de colocar um alambrado no entorno da casa, uma cerca elétrica, fazer barulho, não achar normal essa aproximação das onças-pintadas”, explicou o pesquisador.
O especialista também destacou a necessidade de uma abordagem colaborativa entre pesquisadores, poder público, agentes de turismo, pescadores e a comunidade local para desenvolver e implementar medidas de segurança eficazes.
Ele enfatizou a necessidade de uma comunicação efetiva entre todos os setores da sociedade para garantir um o Pantanal conservado.