Clima: Chuvas Reduzidas, Mas Condições Ainda Positivas para a 2ª Safra
Nos últimos 30 dias, as chuvas ficaram abaixo da média em boa parte do Brasil, com volumes mais intensos nas regiões Norte, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e sul de Minas Gerais. A umidade do solo foi recomposta no MS, mas diminuiu no Rio Grande do Sul e norte mineiro. Apesar disso, o clima favoreceu o desenvolvimento da segunda safra de milho.
A previsão para a segunda quinzena de abril aponta precipitações acima da média na faixa central do país, incluindo Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e norte de São Paulo. As temperaturas continuam acima da média no Centro-Norte. O Pacífico entrou em neutralidade climática, encerrando o episódio de La Niña.
Após queda em Chicago, os preços da soja voltaram a subir em abril, impulsionados por prêmios de exportação e alta do dólar. O Brasil exportou 14,7 milhões de toneladas em março, maior volume histórico para o mês. No trimestre, foram 22,2 milhões de toneladas, alta de 0,5% ante 2024.
O USDA revisou para cima os estoques finais globais e o esmagamento brasileiro. A China deve seguir ampliando estoques com soja brasileira, evitando a americana no segundo semestre. As boas margens de esmagamento e necessidade de liquidez estão incentivando vendas.
O farelo segue pressionado pela ampla oferta e aumento do DDG. O óleo de soja, por sua vez, teve forte crescimento nas exportações: 204,1 mil t em março, maior volume desde julho de 2024. A Argentina pode ampliar as vendas com novas medidas cambiais.
Depois de quedas em março, os preços do milho voltaram a subir em abril com redução de estoques nos EUA. No Brasil, o receio inicial deu lugar a boas perspectivas: a Conab revisou a segunda safra para 97,9 MM t. A área nos EUA deve crescer 5% na próxima temporada.
A escassez na entressafra elevou os preços internos, enquanto Chicago recuou com o conflito no Mar Negro e tarifas. O Brasil deve seguir importando volumes robustos, principalmente da Argentina. O clima seco nos EUA preocupa.
A colheita avançada pressionou os preços, com média de R$ 76,43/sc em abril. A produtividade segue boa, mas a qualidade é heterogênea. A Conab estima safra de 12,1 MM t e já antecipa contratos de opção. Exportações são essenciais para o equilíbrio de mercado.
Apesar da queda global, os preços internos sobem. A Conab projeta safra recorde de 3,9 MM t. A produção chinesa deve ser a maior em uma década. EUA devem reduzir área plantada, afetando a oferta global.
Os preços do boi gordo subiram para R$ 326/@ com a firme demanda externa. Em março, as exportações cresceram 26,6%, lideradas por China, EUA e Chile. Os contratos futuros indicam margens positivas para o confinamento.
O frango segue firme, com exportações recordes de 409 mil t em março. Os preços internos se aproximam de R$ 9/kg. O milho encarece, mas o farelo de soja ajuda a manter o custo sob controle.
Apesar da leve queda de preços em março, a primeira quinzena de abril trouxe alta. O spread ainda é favorável. As exportações aumentaram 18,2% no trimestre, com destaque para China, Filipinas e Japão.
O mercado de café voltou a se valorizar após postergação das tarifas americanas. A safra brasileira de arábica deve cair 10% e a de conilon crescer 12%. O risco de recessão global permanece como alerta para o setor.
O suco voltou a subir em NY, mas os preços pagos ao produtor caíram. O setor teme os impactos das tarifas impostas por Trump, em meio a uma safra ajustada.