O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu aumentar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, elevando a Selic de 10,50% para 10,75% ao ano.
A decisão, tomada na quarta-feira (18), foi analisada pela economista-chefe da Galápagos Capital, Tatiana Pinheiro, em entrevista ao CNN Prime Time.
Segundo Pinheiro, o Banco Central considerou principalmente a projeção de inflação no longo prazo para justificar o aumento da Taxa Selic.
A especialista destacou que o BC ressaltou o aquecimento da economia brasileira como um fator determinante para a decisão.
O Banco Central apontou o chamado “hiato positivo”, indicando que a economia brasileira está operando acima de sua capacidade produtiva, o que gera pressão inflacionária.
Além disso, a evolução dos preços dos ativos, especialmente a taxa de câmbio com sua recente depreciação, foi outro ponto considerado na decisão.
Pinheiro explicou que a projeção de inflação para o horizonte relevante da política monetária, que o BC considera como o primeiro trimestre de 2026, subiu de 3,4% para 3,5%. “Isso está se distanciando da meta de 3%”, observou a economista.
A análise da economista sugere que o BC pode precisar de um aumento maior do que o esperado pelos economistas na mediana, que seria de 100 pontos base, elevando a Selic de 10,5% para 11,5%.
“Eles estão sinalizando que é alguma coisa mais do que um ponto de aumento de taxa de juros”, afirmou Pinheiro.
No entanto, a especialista ressaltou que fatores externos, como a recente apreciação do câmbio devido à expectativa de corte de juros nos Estados Unidos, podem influenciar as próximas decisões.
“Se a taxa de câmbio continua apreciando, de repente vai para um R$ 5,40, obviamente que esse ciclo e o quanto que é necessário aumentar de Selic para trazer a inflação para a meta tende a ser menor do que a sinalização que eles deram hoje”, concluiu Pinheiro.
