O papa Leão XIV realizou, neste sábado (10), seu primeiro encontro formal com cardeais da Igreja Católica após sua eleição como pontífice na quinta-feira (8).
Ao final do evento, marcado por novas menções ao legado deixado pelo papa Francisco e pelo reconhecimento de desafios como o apresentado pela inteligência artificial, alguns cardeais falaram à imprensa. Um deles foi Désiré Tsarahazana, de Madagascar, que declarou à rádio italiana RAI que o novo papa teve mais de 100 votos no conclave realizado nesta semana.
“Ele é um excelente papa e teve muito mais de 100 votos”, afirmou Tsarahazana. “A reunião desta manhã correu muito bem, também falámos sobre a necessidade de tornar a igreja mais colegial.”
Para ser eleito o novo pontífice, Leão XIV precisava de dois terços dos votos – isto é, votos de pelo menos 89 dos 133 cardeais.
No encontro, o papa, que até então utilizava o nome de Robert Prevost, também falou sobre os motivos para a escolha do nome, afirmando que gostaria de continuar no caminho do papa Leão XIII, que abordou “a questão social no contexto da primeira grande revolução industrial”.
Leão XIII governou a Igreja Católica Romana de 1878 até sua morte em 1903 e é lembrado como um papa da doutrina social católica. Ele escreveu uma famosa carta aberta a todos os católicos em 1891, chamada “Rerum Novarum” (“Da Mudança Revolucionária”), que refletia sobre a destruição causada pela Revolução Industrial na vida dos trabalhadores.
“Em nossos dias, a Igreja oferece a todos o tesouro de sua doutrina social em resposta a outra revolução industrial e aos desenvolvimentos no campo da inteligência artificial que representam novos desafios para a defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho”, disse Leão XIV.
