29/04/2025 - 10:40
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Papa Francisco defendeu rigor contra pedofilia; veja principais reformas

O pontificado do papa Francisco foi marcado por ações para enfrentar casos de abusos sexuais dentro da Igreja Católica, com a implementação de mudanças e a revisão de condutas entre os religiosos.

Em 2021, o Vaticano realizou a maior reforma em quatro décadas no Código de Direito Canônico, alterando regras relacionadas a crimes cometidos sacerdotes, padres e outros membros do clero contra menores e adultos vulneráveis.

A nova legislação, considerada mais contundente, incluiu explicitamente o crime de pedofilia, que antes estava inserido em uma categoria mais ampl. Outros delitos como a posse de pornografia infantil e corrupção de menores também foram incluídos na legislação.

Filippo Iannone, nomeado pelo papa Francisco e responsável pelo departamento do Vaticano que acompanhou o projeto, afirmou que havia uma interpretação excessivamente negligente da legislação penal, o que dificultava a responsabilização dos infratores.

“É uma reforma muito necessária e há muito tempo esperada”, afirmou Iannone na época.

Depois da reforma concluída, o papa Francisco reforçou que os bispos deveriam aplicar as novas normas com rigor, destacando que o objetivo era reduzir a margem de interpretação na imposição de penalidades.

A intervenção de Francisco aconteceu um dia após a divulgação de um relatório que apontou que o seu antecessor, Bento XVI, não agiu em relação a pelo menos quatro casos de abuso ocorrido em Munique, na Alemanha, na época em que o papa emérito ainda era arcebispo. Bento XVI reconheceu os erros em uma carta escrita aos 94 anos, em fevereiro de 2022.   

Durante seu pontificado, o papa Francisco também abordou o tema em pronunciamentos públicos. Na Jornada Mundial da Juventude de 2023, em Portugal, por exemplo, o argentino afirmou que a Igreja precisava passar por um processo contínuo de revisão interna e que vítimas de abusos deveriam ser ouvidas.

“A crise nos chama a uma purificação humilde e constante, partindo do grito angustiado das vítimas, que devem ser sempre acolhidas e ouvidas”, disse Francisco durante o evento.

A declaração foi feita poucos meses após um outro relatório de uma comissão portuguesa financiada pela Igreja revelar que pelo menos 4.815 menores foram vítimas de abusos cometidos por membros do clero em Portugal ao longo de sete décadas.

A Igreja Católica de Portugal afirmou que iria indenizar financeiramente as vítimas de abuso sexual infantil e que os valores pagos seriam definidos caso a caso. A postura foi criticada por familiares das vítimas.

Na França, casos similares também foram identificados. Em 2021, um relatório estimou que mais de 200 mil crianças foram vítimas de abuso cometido por clérigos desde 1950, número que poderia chegar a 330 mil ao considerar abusadores ligados à Igreja.

Sobre esse relatório. Francisco declarou que o documento causava “tristeza e pesar pelo trauma sofrido pelas vítimas” e reconheceu falhas institucionais na abordagem do problema.

Outro caso que foi intensamente noticiado durante o pontificado de Francisco foi a resposta do Vaticano a casos históricos de omissão dentro da hierarquia da Igreja.

Em 2020, uma investigação interna revelou que o papa João Paulo II havia promovido o americano Theodore McCarrick a arcebispo de Washington, D.C., mesmo ciente de alegações de abuso sexual contra ele.

À época, o documento indicou que João Paulo II tomou a decisão com base nas próprias negações de McCarrick e em um relatório de bispos americanos que concluíram que as informações eram “imprecisas e incompletas”.

A investigação também apontou que o papa Bento XVI, sucessor de João Paulo II, chegou a pedir a renúncia de McCarrick em 2005, após novas acusações surgirem. McCarrick, porém, permaneceu ativo na vida pública até 2018, quando renunciou ao Colégio de Cardeais.

Em 2019, McCarrick foi oficialmente destituído pelo Vaticano, após ser considerado culpado por abuso sexual de menores em um julgamento canônico.

A investigação também esclareceu que Francisco, ao assumir o papado, inicialmente entendeu que as acusações contra McCarrick haviam sido revisadas e rejeitadas por João Paulo II.

Porém, quando a primeira acusação de abuso sexual de um menor surgiu em 2018 contra Theodore McCarrick, a resposta de Francisco foi “imediata”, de acordo com o relatório, e ele demitiu o ex-cardeal do sacerdócio. McCarrick morreu em abril de 2025. 

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