Ataques aéreos israelenses mataram pelo menos seis palestinos que protegiam caminhões de ajuda contra saqueadores na Faixa de Gaza, disseram autoridades ligadas ao Hamas nesta sexta-feira (23).
Depois de 11 semanas de bloqueio de Israel, a ajuda humanitária voltou a entrar no território palestino. Desde então, a entrada de 305 veículos foi liberada.
Os militares israelenses disseram que 107 caminhões transportando farinha e outros alimentos, além de suprimentos médicos, entraram na Faixa de Gaza pelo ponto de passagem de Kerem Shalom na quinta-feira (22).
Mas o fornecimento de suprimentos para as pessoas que se abrigam em barracas e outras acomodações improvisadas tem sido irregular e as autoridades da ONU dizem que são necessários pelo menos 500 a 600 caminhões de ajuda por dia.
Até o momento, segundo uma rede de grupos de ajuda palestinos, 119 caminhões de ajuda passaram pelo ponto de passagem de Kerem Shalom e entraram em Gaza desde que Israel flexibilizou o bloqueio na segunda-feira, diante de um clamor internacional.
Apesar da flexibilização do bloqueio, a distribuição foi prejudicada por saques realizados por grupos de homens, alguns deles armados, perto da cidade de Khan Younis, informou a rede que representa grupos de ajuda palestinos.
“Eles roubaram alimentos destinados a crianças e famílias que sofrem de fome severa”, disse a rede em um comunicado, que também condenou os ataques aéreos israelenses contra as equipes de segurança que protegem os caminhões.
O Programa Mundial de Alimentos da ONU disse que 15 caminhões que transportavam farinha para padarias foram saqueados, o que, segundo ele, reflete as condições terríveis enfrentadas pelos habitantes de Gaza.
“A fome, o desespero e a ansiedade sobre a chegada de mais ajuda alimentar estão contribuindo para o aumento da insegurança”, afirmou programa em um comunicado.