10/05/2025 - 14:48
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O que se sabe e o que falta saber sobre morte de professora em SP

A veterinária Fernanda Fazio, ex-esposa da professora de Matemática Fernanda Bonin, encontrada morta no dia 28 de abril, em um terreno baldio na Vila da Paz, zona sul de São Paulo, perto do Autódromo de Interlagos, foi presa nesta sexta-feira, 9, sob a suspeita de ter sido a mandante do crime.

A reportagem procurou a defesa da veterinária e aguarda retorno. Para a polícia, ela não confessou o crime. Preferiu ficar em silêncio e só falar em juízo, conforme o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian.

Segundo as investigações, no dia 27 de abril, Bonin foi atraída pela ex-companheira até a Avenida Jaguaré, na zona oeste. Ao chegar no local, ela foi abordada por criminosos, executada e desovada em um terreno ermo da região.

Seus pertences, carro (um Hyundai Tucson) e celular, foram abandonados e localizados dias depois do crime, em uma rua também próxima do autódromo.

O caso foi registrado inicialmente como latrocínio, mas alterado para feminicídio. As investigações foram conduzidas pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil do Estado.

Ao todo, cinco pessoas são apontadas de participação na morte de Fernanda Bonin. Além de Fernanda Fazio, um homem, identificado como João Paulo Bourquin, foi preso. Ele aparece em câmeras de monitoramento saindo do carro da professora após o crime. A reportagem não conseguiu encontrar a defesa dele.

Outros dois homens, Ivo Rezende dos Santos e Rosemberg Joaquim de Santana também são apontados como suspeitos de terem participação direta na execução da professora (veja os detalhes abaixo) e possuem mandados de prisão preventiva em aberto. A defesa dos citados também não foi localizada.

Uma mulher, cuja identidade não foi revelada, também pode estar ligada ao crime. Assim como João Paulo, ela foi vista por câmeras de monitoramento saindo do carro que era de Bonin, e que foi abandonado (veja o vídeo) A polícia informou que vai pedir pela prisão da suspeita. Como o nome dela não foi revelado, a reportagem não pôde localizar a sua defesa.

Fernanda Bonin só foi encontrada no dia seguinte, segunda-feira, da 28. O corpo estava com sinais de estrangulamento e um cadarço enrolado no pescoço. Para atrair a ex-companheira, Fazio disse que o seu veículo teria tido um problema na caixa de câmbio e que precisava de ajuda.

A professora foi até o local, mas, segundo as investigações, acabou sendo executada por outras pessoas a mando da veterinária. A polícia ainda não sabe, exatamente, quem praticou o crime, mas há indícios de que os três homens participaram da execução e estiveram no local da ocorrência.

No momento em que professora foi abordada pelos criminosos, Fernanda Fazio se deslocou até a casa de Bonin para levar os dois filhos das duas. Elas estavam separadas há cerca de um ano e as crianças ficavam na casa da vítima.

Em depoimento à polícia, na semana passada, Fazio disse que o automóvel teria voltado a funcionar e que foi até o apartamento da ex-esposa para levar as crianças. Para os investigadores, ela disse que só acionou a polícia no dia seguinte depois que a escola onde Bonin dava aula ter informado que a profissional não havia aparecido.

A Polícia ainda investiga o motivo do crime. A principal suspeita é de que Fernanda Fazio estaria com ciúmes de Bonin e que não aceitava o término da relação. Elas ficaram juntas por oito anos e se separaram há cerca de um. Nesse período, o casal teve dois filhos usando técnicas de reprodução assistida.

Os investigadores também citaram que apuram a possibilidade do crime ter sido cometido pelo interesse da veterinária no seguro de vida da professora, de cerca de R$ 500 mil.

Além disso, conforme familiares da vítima, a professora havia recebido recentemente um convite para trabalhar fora do País, na Alemanha, e essa possível separação – inclusive dos filhos, porque Bonin tinha a guarda – pode ter motivado o feminicídio.

“A gente não tem uma resposta. No momento da prisão, (Fernanda Fazio) resolveu se calar e falar em juízo”, disse Artur Dian, delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo.

A polícia também investiga quem executou Fernanda Bonin. Conforme Artur Dian, as investigações apontam que Rosemberg e Ivo estariam na cena do crime. “Rosemberg e Ivo com certeza participaram do crime”, disse Dian.

Já João Paulo, ao ser detido, disse em depoimento que a morte da professora foi planejada e que a sua função era “desaparecer” com o carro da vítima, conforme a delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP. Por esse motivo foi flagrado por câmeras de monitoramento saindo do veículo.

Para a polícia, ele não esteve no local do crime. Na hora em que Bonin foi assassinada, o homem afirma que teria saído com uma amiga “para comer um lanche”. Essa amiga seria a quinta suspeita de envolvimento com o caso. Ela também aparece nas imagens saindo do Tucson da Fernanda Bonin.

Conforme as investigações, a veterinária não participou da execução. Neste momento, ela estava indo para o apartamento da Fernanda Bonin para deixar as crianças.

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