Os comentaristas Caio Coppolla e José Eduardo Cardozo discutiram, nesta segunda-feira (7), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), se a pressão pelo avanço do projeto de lei que anistia os envolvidos nos atos de 8 de janeiro aumenta a crise institucional.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que a pauta da anistia é “sensível” e não pode acirrar ainda mais a “crise institucional que nós já estamos vivendo”.
Coppolla acredita que o diagnóstico das elites de Brasília sobre essa crise está completamente equivocado.
“A pressão pela anistia aos perseguidos do 8 de janeiro é apenas o sintoma da crise e não a sua causa, como fez parecer o presidente da Câmara. Em outras palavras, se eu puder colocar isso como uma metáfora, ir contra a anistia é como tentar baixar a febre sem curar a infecção”, opinou Coppolla.
“Então qual seria a infecção propriamente dita? Qual seria a causa dessa crise que está adoecendo a nossa democracia? A origem de todo o mal-estar institucional é a reação autoritária do STF aos seus críticos”, prosseguiu.
Cardozo entende que Hugo Motta foi sensato ao defender que se tenha cautela diante do projeto da anistia.
“Ele disse: ‘Olha, eu não posso aumentar um processo de crise institucional com essa questão que é um discurso político’. Ele pode até concordar ou discordar do discurso político, não importa, mas é evidente que uma situação desse tipo gera uma crise, por quê?”, questiona Cardozo
“Porque a democracia que não se faz respeitar será sempre violada. Se nós tivermos uma anistia hoje, preparem-se para futuras tentativas de golpe no futuro”, finalziou.