De tempos em tempos, questionamentos sobre o que causa o melasma e quais as melhores alternativas para reverter o diagnóstico pipocam nas redes sociais.
À CNN, o biomédico Thiago Martins explica que a condição é caracterizada pelo surgimento de manchas escuras, geralmente acastanhadas, que aparecem com mais frequência no rosto, especialmente na testa, bochechas, nariz e região do buço.
“Em resumo, trata-se de uma hiperpigmentação crônica, adquirida, que resulta da produção aumentada e desregulada de melanina pelos melanócitos. A condição é estimulada por fatores como exposição solar, alterações hormonais e predisposição genética, e, embora não represente risco à saúde, pode ter grande impacto na autoestima e qualidade de vida dos pacientes”, comenta.
Mas afinal, por que o melasma ocorre?
Segundo o especialista, o melasma tem origem multifatorial. Sua fisiopatologia envolve a hiperatividade dos melanócitos, que passam a produzir melanina em excesso de forma localizada. Essa resposta é frequentemente desencadeada pela exposição solar, inclusive à luz visível e ao calor, por alterações hormonais e pela predisposição genética.
“A integridade da barreira cutânea e a presença de processos inflamatórios e alterações vasculares na derme também contribuem para a manutenção da hiperpigmentação. Além disso, estudos recentes apontam o estresse oxidativo como um agravante da condição”, comenta.
Perfis mais comuns ao diagnóstico
Segundo o especialista, qualquer pessoa pode desenvolver o melasma. No entanto, ele é mais prevalente em determinadas populações, com destaque para pessoas com pele escura – classificadas entre os fototipos III a V — devido à maior atividade dos melanócitos.
“Também é mais frequentemente diagnosticado em mulheres, especialmente em idade fértil, refletindo o papel das alterações hormonais como fator desencadeante ou agravante”, acrescenta.
É importante destacar ainda que o perfil mais comum de pacientes com melasma é composto por mulheres entre 20 e 50 anos, com histórico de exposição solar intensa e uso de hormônios exógenos, como anticoncepcionais ou terapia hormonal.
“A gestação também é um período em que a condição pode se manifestar ou se intensificar. Isso se explica porque os hormônios sexuais femininos, como o estrogênio e a progesterona, estimulam os melanócitos, favorecendo a produção de melanina. O fator genético exerce papel importante, o que justifica a ocorrência mais frequente em famílias com histórico semelhante”, adiciona.
É possível reverter o diagnóstico?
Também à CNN, o dermatologista Lucas Miranda reforça que reverter o melasma exige disciplina e acompanhamento dermatológico especializado. A primeira medida é adotar fotoproteção rigorosa, diariamente, com filtros que protejam contra radiação UVA, UVB e luz visível. Em seguida, indicam-se agentes despigmentantes tópicos, que inibem a produção de melanina e promovem o clareamento gradual da pele.
“A depender da gravidade do caso, podem ser associados tratamentos orais antioxidantes e procedimentos dermatológicos, como peelings, microagulhamento e tecnologias com laser. A constância no tratamento e a adaptação da abordagem ao longo do tempo são fundamentais para obter resultados eficazes e sustentáveis”, afirma.
Tratamentos disponíveis no mercado
Hoje, o tratamento do melasma pode ser dividido em três frentes principais: tópicos, orais e procedimentos.
“Entre os tópicos mais utilizados estão a hidroquinona, o ácido tranexâmico, o ácido kójico, a niacinamida e o ácido azelaico, todos com ação despigmentante e moduladora da melanogênese. Já o tratamento oral pode incluir antioxidantes como o polypodium leucotomos, e em casos selecionados, o ácido tranexâmico por via sistêmica, sempre com rigoroso acompanhamento”, diz Lucas.
No campo dos procedimentos, destaca-se o Laser Fotona Starwalker, que opera com tecnologias avançadas que permitem um tratamento preciso e eficaz. “Ele atua quebrando os pigmentos da pele em partículas menores, facilitando sua eliminação pelo organismo. A tecnologia utiliza pulsos de luz específicos que agem diretamente sobre as manchas, reduzindo a hiperpigmentação e melhorando a textura da pele”.
Rotina de prevenção
A prevenção do melasma deve ser contínua e multidimensional. Veja dicas:
- O primeiro e mais importante passo é o uso diário de protetor solar com FPS 50 ou superior, que ofereça proteção contra UVA, UVB e luz visível;
- A reaplicação deve ser feita a cada três horas, inclusive em ambientes fechados ou nublados. É fundamental também adotar barreiras físicas, como chapéus de aba larga, viseiras e óculos escuros;
- À noite, recomenda-se o uso de ativos antioxidantes e clareadores suaves, como a niacinamida e o ácido azelaico, que ajudam a uniformizar o tom da pele e prevenir recidivas;
- Evitar fontes de calor direto, como fornos, saunas e banhos muito quentes, é igualmente importante.
- Deve-se evitar ainda o uso de cosméticos irritantes, e manter uma rotina de cuidados dermatológicos regular, com orientação profissional especializada, garante o controle da condição e a saúde da pele a longo prazo.
Como usar protetor solar corretamente? Dermatologista dá dicas
Este conteúdo foi originalmente publicado em Melasma: saiba qual é a melhor rotina para clarear as manchas no site CNN Brasil.
Este conteúdo foi criado originalmente em: www.cnnbrasil.com.br