25/04/2025 - 12:30
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Juros futuros caem com ajustes sobre Selic após falas de diretores do BC

Os juros futuros fecharam a quinta-feira (24) em queda firme, refletindo a reprecificação das apostas para esta reta final do ciclo de aperto da Selic e também a melhora do apetite pelo risco no exterior.

Declarações de diretores do Banco Central (BC) hoje em Washington foram lidas como dovish, em linha com o que já havia dito ontem o titular da pasta de Política Monetária, Nilton David.

A precificação da curva mostra avanço da expectativa de alta de 0,25 ponto porcentual no Copom de maio e também das chances de manutenção da taxa básica em junho, com a curva já apontando Selic terminal a 14,75% e abaixo de 14,5% no fim do ano.

 

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 fechou em 14,6%, de 14,677% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 13,86% no fechamento, de 13,97% ontem, e a do DI para janeiro de 2029, de 13,60%, de 13,81%.

A queda das taxas até meados da manhã era tímida, amparada no recuo do dólar, limitada pela espera pela participação do diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, em evento organizado pela XP em Washington, às 12h30.

O mercado queria saber se ele repetiria a linha adotada por Nilton David, que ontem sinalizou que o BC já vê efeitos da política monetária atuando na economia. Isso, na visão dos players, pode resultar em ação mais comedida no aperto monetário, também considerando as incertezas do cenário externo.

Guillen, visto como o grande “falcão” do colegiado, ratificou as expectativas, dizendo que a moderação da atividade, como está no cenário-base da autarquia, é importante para a convergência da inflação em direção à meta.

Ainda, reiterou a previsão de que o hiato do produto deve ser revertido, de positivo para negativo, em 18 meses. Conforme o diretor, a política monetária está funcionando, e em terreno contracionista vai trazer a inflação de volta à meta de 3%. Ponderou, contudo, que não estava dando guidance para a política monetária.

Ontem, Nilton havia dito que a atividade, conforme sugere o IBC-Br, excluindo a agropecuária, parece ter atingido um platô nos últimos seis meses, um sinal, assim, de que o aperto da política monetária está funcionando.

Para o gestor de renda fixa da Porto Asset, Gustavo Okuyama, o mercado leu a fala de Guillen como um endosso à reação vista ontem às declarações de Nilton David.

“Se a leitura do mercado ontem estivesse equivocada, Guillen aproveitaria hoje para corrigir a rota, mas não, seguiu na mesma linha. Depois ainda tivemos o Picchetti, que também não fez nenhuma correção”, avalia.

Em evento do Itaú em Washington, o diretor de Assuntos Internacionais, Paulo Pichhetti, citou que não há dúvidas de que a Selic está num grau muito restritivo, embora não se saiba se o nível é suficiente.

As apostas para Selic na curva a termo agora estão praticamente divididas entre altas de 0,5 e 0,25 ponto na reunião de maio.

A probabilidade de aumento de 0,5 passou de 64% ontem para 52%, enquanto a de 25 pontos subia de 36% para 48%.

Para junho, a precificação, agora é de 60% de chance de alta de 25 pontos e 40% de manutenção.

O pico projetado para a taxa básica era de 14,75% (14,95% ontem) e com nível de 14,45% no fim de 2025, de 14,55% ontem. Os cálculos são do banco BMG. Esse quadro também é endossado pelas opções digitais de Copom na B3.

Okuyama afirmou que o exterior também contribuiu para o fechamento das taxas.

“A combinação da alta do S&P com o recuo dos Treasuries é sinal de ambiente propício à tomada de risco, ajudando o dólar a testar os R$ 5,60, lembrando que daqui a duas semanas pode ser o câmbio que vai entrar no modelo do BC”, disse, referindo-se à decisão do Copom em 7 de maio.

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