Os preços do trigo no mercado brasileiro seguem pressionados pelos níveis de paridade de importação, resultando em negócios pontuais e produtores cautelosos quanto às vendas. A valorização recente do real frente ao dólar e a queda nas cotações internacionais contribuem para esse cenário de retração comercial.
No Rio Grande do Sul, as ofertas estão girando em torno de R$ 1.300 por tonelada, mas os produtores têm relutado em vender por esse valor. Já no Paraná, os preços indicativos para retirada imediata estão próximos de R$ 1.450 por tonelada. Para os meses de julho e agosto, os moinhos indicam valores ao redor de R$ 1.500 por tonelada (CIF).
Segundo Élcio Bento, analista e consultor da Safras & Mercado, muitos vendedores estão optando por segurar as ofertas, esperando preços melhores, especialmente diante da menor área plantada nesta temporada e da possibilidade de mudanças no mercado.
Do lado da demanda, os moinhos monitoram atentamente a paridade de importação, que segue em queda, refletindo tanto a desvalorização dos preços internacionais quanto a apreciação do real frente ao dólar.
Nesta quinta-feira (5), os valores de paridade ficaram assim:
Na Argentina, os preços do trigo também seguem pressionados. Para a safra velha com embarque em julho e 11,5% de proteína, os valores são:
Para a safra nova, com embarque em dezembro de 2025, os preços estão em:
Nos Estados Unidos, a semana foi de valorização para o trigo na Bolsa de Mercadorias de Chicago. O mercado encontrou suporte em dois fatores principais:
Com esse conjunto de fatores, o mercado interno segue atento às movimentações externas e à postura dos produtores, que tendem a segurar as ofertas à espera de valorização nos preços.