O mercado brasileiro de milho enfrentou mais uma semana com negócios limitados, resultado de um impasse contínuo entre compradores e vendedores, segundo a Safras Consultoria. De um lado, os produtores estão cautelosos, acompanhando as incertezas climáticas no país, com chuvas irregulares previstas para as regiões Centro-Oeste e Sudeste. Esse cenário tem levado os agricultores a segurarem suas ofertas de venda.
Por outro lado, os compradores, que antes demonstravam maior interesse em adquirir lotes, agora adotam uma postura mais conservadora. Esse comportamento foi influenciado pela recente queda do dólar frente ao real, consequência da definição das taxas de juros nos Estados Unidos e no Brasil, o que aumentou as expectativas de uma possível queda nos preços do milho, tanto na paridade de exportação quanto na Bolsa de Chicago.
Conforme a Safras Consultoria, uma recuperação no volume de negócios pode depender do retorno das chuvas, o que incentivaria os produtores a retomar as intenções de venda do grão.
No mercado externo, a Bolsa de Chicago registrou ganhos na primeira metade da semana, mas voltou a sofrer pressão devido à ampla oferta de milho nos Estados Unidos, impulsionada pelo avanço da colheita naquele país.
No Brasil, o preço médio da saca de milho foi cotado a R$ 62,26 no dia 19 de setembro, registrando um aumento de 1,25% em relação aos R$ 61,49 da semana anterior. No mercado disponível ao produtor, os valores variaram conforme a região:
As exportações de milho do Brasil em setembro (10 dias úteis) geraram uma receita de US$ 606,522 milhões, com uma média diária de US$ 60,652 milhões. No total, o país exportou 3,075 milhões de toneladas de milho, com preço médio de US$ 197,20 por tonelada.
Em comparação a setembro de 2023, houve uma queda de 39,2% no valor médio diário das exportações, uma redução de 29,7% na quantidade média exportada e uma desvalorização de 13,5% no preço médio por tonelada. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.