A StoneX, em sua quarta revisão para a safra 2025/26 (abril-março) no Centro-Sul do Brasil, manteve a previsão de moagem em 608,5 milhões de toneladas, representando uma ligeira queda de 2,1% em comparação à safra anterior. No entanto, a produção de açúcar deve apresentar um crescimento de 3,9%, atingindo 41,75 milhões de toneladas, a segunda maior marca da história dessa região, atrás apenas da safra 2023/24.
Embora a estimativa de moagem tenha se mantido estável, ajustes nas premissas de área colhida e produtividade indicam uma diminuição na área de cultivo de cana-de-açúcar. A área colhida para a safra 2025/26 deve ser de cerca de 7,79 milhões de hectares, apresentando uma queda de 200 mil hectares em relação à safra 2024/25. Essa redução é atribuída ao ritmo acelerado de renovações de canaviais e aos impactos das queimadas registradas entre agosto e setembro de 2024.
Em termos de produtividade, a expectativa para o TCH (toneladas por hectare) foi revisada para 78,1 ton/ha, uma ligeira melhora frente ao ciclo 2024/25, mas ainda abaixo da estimativa anterior, refletindo as condições climáticas do início do ciclo.
A produção de açúcar, estimada em 41,75 milhões de toneladas, representa um crescimento significativo de 3,9% em relação ao ciclo anterior. Esse aumento coloca a safra 2025/26 como a segunda maior da história, superada apenas pela safra de 2023/24, que alcançou 42,425 milhões de toneladas. As exportações brasileiras de açúcar também devem crescer, alcançando cerca de 32,6 milhões de toneladas, com o pico das vendas projetado para o período de maio a outubro de 2025.
O mercado de etanol para a safra 2025/26 apresenta um cenário de maior competitividade com a gasolina, o que pode impactar a produção do biocombustível. A previsão é de uma queda de 1,3% na produção de etanol, que deverá totalizar 34,5 milhões de metros cúbicos, devido à redução do mix açucareiro e à queda na moagem. Contudo, a introdução de etanol de milho poderá amenizar a situação, com a produção de etanol de milho alcançando um aumento significativo de 19,6%, totalizando 9,8 milhões de metros cúbicos.
Além disso, a aprovação do aumento na mistura de anidro na gasolina pode impulsionar a demanda pelo etanol, embora o prazo de implementação ainda seja incerto. As usinas de etanol de milho da região Centro-Sul, especialmente em Mato Grosso, deverão contribuir para o aumento da produção do biocombustível, com novas unidades previstas para iniciar operações até o final de 2025.
Em relação à safra 2025/26 na região Norte-Nordeste (NNE), a estimativa inicial é positiva, com uma projeção de moagem de 59,18 milhões de toneladas, um aumento de 3% em relação à safra 2024/25. A produtividade também deve crescer, com o TCH estimado em 62,8 ton/ha, refletindo as condições climáticas favoráveis durante o trimestre de maior precipitação.
O impacto da crescente produção de etanol de milho na região também será significativo, com novas usinas entrando em operação nos próximos anos. A expectativa é que o etanol de milho compense a queda na produção de açúcar e ajude a manter um mix açucareiro mais favorável na NNE.
Com base nas estimativas da StoneX, o ciclo 2025/26 para o Centro-Sul do Brasil e para a região Norte-Nordeste apresenta um panorama misto, com leve queda na área plantada e nos estoques de etanol, mas com crescimento expressivo na produção de açúcar. A introdução de etanol de milho e as expectativas de exportação de açúcar devem impactar o comércio global e o mercado de biocombustíveis, mantendo a indústria atenta às flutuações climáticas e às políticas energéticas.