No entanto, a rentabilidade do setor apresentou retração no mês, refletindo os desafios de um mercado ainda volátil. Os dados são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Em abril de 2025, o esmagamento de soja em Mato Grosso totalizou 1,20 milhão de toneladas, alta de 5,61% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O desempenho é atribuído, principalmente, à ampliação da capacidade instalada das indústrias no estado, que atualmente têm potencial para processar até 15 milhões de toneladas por ano — crescimento de 3,3% frente a 2024.
Entre janeiro e abril, o consumo industrial de soja em Mato Grosso somou 4,32 milhões de toneladas, uma variação positiva de 0,20% em comparação com o mesmo período de 2024. A maior oferta de grãos e a sólida demanda por coprodutos, como óleo e farelo de soja, sustentam esse ritmo de crescimento industrial.
Apesar do avanço no volume processado, a margem bruta de esmagamento caiu 3,04% em abril frente ao mês anterior, encerrando o período em R$ 642,48 por tonelada. Ainda assim, o indicador registra uma expressiva alta de 103,87% na comparação anual, puxada sobretudo pela valorização do óleo de soja.
Essa valorização tem sido um fator determinante para sustentar a rentabilidade do setor, mesmo diante das oscilações do mercado cambial e da queda nos preços do farelo.
Para os próximos meses, a expectativa é de manutenção do ritmo elevado nas indústrias, favorecidas pela ampla disponibilidade de soja no mercado interno e pela demanda contínua por derivados.
No entanto, analistas do setor alertam para a possibilidade de pressão nas margens no segundo semestre, em razão da volatilidade do dólar e de possíveis ajustes nos preços internacionais da soja, fatores que podem impactar diretamente a rentabilidade das indústrias esmagadoras.