Há cerca de três meses da disputa que promete ser a mais acirrada da história, integrantes do PT já projetam um segundo turno para a eleição do novo comando da legenda. O assunto foi tratado pela cúpula petista no último fim de semana.
O diagnóstico considera o crescimento da candidatura de Rui Falcão, oficializada nesta semana.
A avaliação é que, em uma segunda fase de votação, o deputado federal e ex-presidente da legenda tem grandes chances de disputar a cadeira da presidência com o nome preferido de Lula, Edinho Silva.
O ex-prefeito de Araraquara compõe a corrente majoritária “Construindo um Novo Brasil”, da qual faz parte, além de Lula, o ex-ministro José Dirceu.
Em carta encaminhada à militância petista, na terça-feira (15), Rui Falcão defende a própria candidatura como “essencial” para que o partido esteja preparado para a campanha de 2026.
O comunicado também destaca a necessidade de alianças internas e a preservação da identidade do partido.
“Alianças são fundamentais para termos forças suficientes para implantar esse programa. Não podemos, no entanto, sacrificar nossa identidade ou rebaixar nosso projeto para compor esses acordos, sob o risco do perdermos o apoio e o interesse de nossa base social”, afirma o deputado federal.
À CNN, petistas afirmam que a união de alas dissidentes, as chamadas “tendências”, já começou a ser articulada e poderia fragilizar a candidatura do preferido de Lula.
Valter Pomar, dirigente petista e também candidato, lembra que um movimento semelhante, e raro, ocorreu em 1993.
“No oitavo encontro nacional do PT, realizado em 1993, a Articulação de Esquerda (que ainda não tinha esse nome) fez uma aliança com outras tendências e criou uma chapa chamada Opção de Esquerda. Havia uma segunda chapa da esquerda, chamada ‘Na Luta PT’. No encontro, essas duas chapas tinham maioria. Aí propusemos Lula presidente e Rui Falcão virou vice. Dirceu era o secretário-geral da direção que foi derrotada. Mas ele não foi candidato”, afirmou Pomar.
Além de Edinho e Falcão, três outros nomes já anunciaram interesse pelo comando do partido de Lula: Valter Pomar, Romênio Pereira e Washington Quaquá.
O 1º turno da eleição interna está marcado para 6 de julho. E o 2º turno, se ocorrer, será em 20 de julho.
