O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou no domingo (4) que ordenaria ao governo a reconstrução e reabertura de Alcatraz, uma antiga prisão em uma pequena ilha de mesmo nome na costa de São Francisco.
O local já abrigou alguns dos criminosos mais perigosos dos EUA, incluindo Al Capone, George “Machine Gun” Kelly e James “Whitey” Bulger.
A prisão, que fechou há 60 anos devido à infraestrutura precária e aos altos custos de manutenção, “servirá como um símbolo de Lei, Ordem e JUSTIÇA”, escreveu Trump em uma publicação no Truth Social no domingo, dizendo posteriormente a repórteres que era “somente uma ideia” que ele teve enquanto juízes federais pressionavam para garantir que os migrantes deportados tivessem o devido processo legal.
Nesta segunda-feira (5), o diretor do Departamento de Prisões dos EUA, William K. Marshall III, afirmou que sua agência “buscará todos os meios” para implementar os planos de Trump para a reabertura de Alcatraz.
“Solicitei uma avaliação imediata para determinar nossas necessidades e os próximos passos. A USP de Alcatraz tem uma história rica. Estamos ansiosos para restaurar este poderoso símbolo de lei, ordem e justiça. Trabalharemos ativamente com nossas autoridades policiais e outros parceiros federais para restabelecer esta missão tão importante”, disse Marshall em um comunicado.
Agora um importante marco histórico e destino turístico, Alcatraz já foi um dos locais militares mais fortificados da Costa Oeste, antes de se transformar em uma notória penitenciária federal em 1934.
Sendo uma prisão de segurança máxima cercada pelas fortes e frias correntes do Pacífico, o local tinha a reputação de ser uma instalação de “último recurso”, para onde eram enviados os mais perigosos e indisciplinados de outras prisões.
Era praticamente impossível escapar, apesar das inúmeras tentativas relatadas.
A localização estratégica da ilha de Alcatraz, na entrada da Baía de São Francisco, a tornava ideal para defesa.
O Exército dos EUA construiu um forte ali na década de 1850 e o equipou com a artilharia necessária para proteger a baía de invasões estrangeiras em meio aos crescentes interesses americanos no Pacífico.
Também foi usado para proteger São Francisco de invasores confederados durante a Guerra Civil.
Logo depois, tornou-se uma prisão militar, que permaneceu até o século XX.
Em 1933, o Exército dos EUA entregou Alcatraz ao Departamento de Justiça, dando início às quase três décadas em que a ilha serviu como prisão federal.
Com sua localização isolada e comodidades básicas, “The Rock”, como ficou conhecida, tinha como objetivo transmitir uma mensagem aos criminosos.
“O Governo Federal decidiu abrir uma penitenciária de segurança máxima e privilégios mínimos para lidar com os detentos mais incorrigíveis das prisões federais e para mostrar ao público cumpridor da lei que o Governo Federal levava a sério a intenção de conter a criminalidade desenfreada das décadas de 1920 e 1930”, conforme o Departamento Federal de Prisões.
Os presos em Alcatraz tinham quatro direitos: alimentação, vestuário, abrigo e assistência médica — todos os outros privilégios, incluindo visitas de familiares ou acesso a livros, materiais de arte e música, tinham que ser conquistados.
Apesar de toda a sua infâmia, Alcatraz tinha uma população carcerária média de 260 a 275 presos em qualquer momento — menos de 1% da população total das prisões federais.
A maioria dos presos estava entre aqueles que se recusavam a obedecer às regras de outras prisões federais ou que eram considerados “risco de fuga”.
Alcatraz teve 14 tentativas de fuga envolvendo 36 homens ao longo de seus 29 anos como prisão federal. Oficialmente, ninguém jamais conseguiu chegar vivo ao continente.
A tentativa de fuga mais bem-sucedida — e elaborada — ocorreu em 1962, quando Frank Morris e seus irmãos John e Clarence Anglin desapareceram das celas e nunca mais foram vistos.