Segundo dados divulgados pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA) em 15 de maio, a colheita de arroz no Rio Grande do Sul já atingiu 97,02% da área plantada na safra 2024/25. Foram colhidos 941.371 hectares dos 970.194 hectares semeados. A Planície Costeira Externa está totalmente colhida, enquanto as regiões da Zona Sul, Fronteira Oeste, Planície Costeira Interna e Campanha estão praticamente finalizadas. A Região Central apresenta 84,6% da área colhida, conforme informou Sérgio Cardoso, diretor de operações da Itaobi Representações.
Apesar do avanço expressivo e da produtividade elevada da safra, o setor orizícola enfrenta desafios econômicos. Produtores e indústrias registram margens financeiras reduzidas, pressionadas pelos custos altos de produção e queda nos preços de venda, segundo Cardoso.
Nas prateleiras dos supermercados, o arroz é encontrado em faixas de preço entre R$ 16,00 e R$ 20,00 para pacotes de 5 kg. Esse valor é um dos poucos itens da cesta básica que tem se mantido relativamente estável diante de um cenário geral de inflação resistente. No entanto, a abundância da oferta não reflete em rentabilidade para os produtores.
Diante do cenário, o principal desafio para o setor é buscar soluções que conciliem o aumento da produtividade com a sustentabilidade econômica da cadeia produtiva. Sérgio Cardoso destaca a necessidade de uma gestão comercial mais estratégica, focada em agregar valor ao arroz e garantir a viabilidade dos negócios mesmo em anos de safra cheia.
“O desafio agora é equilibrar esse ganho de produtividade com sustentabilidade econômica ao longo da cadeia. O setor precisa de atenção e inteligência comercial para evitar uma crise de rentabilidade mesmo em cenário de safra cheia”, conclui o diretor.