A China nomeou um novo negociador comercial durante a guerra tarifária com os Estados Unidos nesta quarta-feira (16), substituindo Wang Shouwen por seu enviado à Organização Mundial do Comércio, Li Chenggang.
O ex-ministro assistente do Comércio durante o primeiro governo do presidente americano Donald Trump, assume o cargo de Wang, informou o Ministério de Recursos Humanos e Previdência Social em um comunicado.
Não ficou claro se Wang, que assumiu o segundo cargo no Ministério do Comércio em 2022, havia assumido outro cargo. Seu nome não constava mais na equipe de liderança do ministério, segundo o site do ministério até quarta-feira.
O ministério não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters sobre a mudança, que não foi explicada no comunicado do Ministério de Recursos Humanos.
Wang era considerado um negociador duro e havia entrado em conflito com autoridades americanas em reuniões anteriores, disse uma fonte da comunidade empresarial estrangeira de Pequim.
“Ele é um buldogue, muito intenso”, disse a fonte, que não quis ser identificada.
A mudança na alta liderança do Ministério do Comércio ocorre em um momento em que Pequim adota uma postura linha-dura em meio à intensificação da guerra comercial com Washington, desencadeada pelas altas tarifas de Trump sobre itens importados da China.
A mudança abrupta também ocorreu em meio à viagem do presidente Xi Jinping ao Sudeste Asiático para consolidar laços econômicos e comerciais com vizinhos próximos em meio ao impasse com os EUA.
O ministro do Comércio, Wang Wentao, estava entre os altos funcionários que acompanhavam Xi em sua visita ao Vietnã, Malásia e Camboja esta semana.
Alfredo Montufar-Helu, assessor sênior do Centro da China do Conference Board, disse que a mudança foi “muito abrupta e potencialmente disruptiva”, pela rapidez com que as tensões comerciais aumentaram e à luz da experiência de Wang em negociações com os EUA desde o primeiro governo Trump.
Ao contrário de várias outras nações que responderam às tarifas de Trump buscando acordos bilaterais com Washington, Pequim aumentou seus próprios impostos sobre produtos americanos em resposta e não buscou negociações.
Washington disse na terça-feira (15) que Trump estava aberto a fechar um acordo comercial com a China, mas que Pequim deveria dar o primeiro passo, insistindo que a China precisava do “nosso dinheiro”.