A defesa de Maxwell Corrêa Simões usará os depoimentos dos delatores do caso, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, para tentar a liberdade do ex-bombeiro.
Maxwell está preso desde julho do ano passado. Ele foi apontado pelo ex-PM Élcio Queiroz como responsável por vigiar os passos da vereadora Marielle Franco antes dela ser assassinada e se desfazer do carro usado no crime.
Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), no entanto, Ronnie Lessa – assassino confesso da vereadora – deu outra versão para a participação do bombeiro.
O ex-PM disse que Maxwell teria sido chamado para vigiar os passos de Regina Celi, ex-presidente da escola de samba Salgueiro, outro alvo a ser morto – e não de Marielle.
“O Macalé quando chamou o Suel não me consultou antes, tá? Porque se ele me consultasse antes, o Suel não entraria nem no da Regina. O Suel é bombeiro. Não tem, não tem o tino, não adianta. Fica até difícil, mas ele é…. não dá Doutor. Não é a dele, o senhor tá entendendo? Não é a dele”, disse Lessa à Procuradoria-Geral da República.
Lessa também disse que não confiava que o ex-bombeiro “daria conta do recado”.
“Numa dessas o Suel se precipitou e apontou a Regina Célia, o Macalé que ia atirar. Quando foi chegar perto, o Suel deu uma freada, refugou, e chamou atenção aquilo, e falei: pô, tá maluco, mermão? Quer dizer.. falei Macalé, não te falei? Olha ali…” disse.
“Imagina chamar o Suel pra Marielle também? Na Marielle realmente eu estava empenhado. Na Regina, não”, complementou.
Sobre a contradição com a delação de Élcio de Queiroz, Lessa explicou que, como responsável pela “missão”, não passou todos os detalhes para o comparsa.