14/05/2025 - 00:47
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Capital estrangeiro, alívio global e juros impulsionam recorde do Ibovespa

Injeção de capital estrangeiro, acordo temporário entre China e Estados Unidos e expectativa do fim de alta dos juros explicam a alta de 1,76% do Ibovespa e a marca recorde de 138.963 pontos nesta terça-feira (13), dizem analistas ouvidos pela CNN.

A continuidade deste ciclo positivo, porém, pode esbarrar em questões fiscais, além de mudanças nas previsões para a política monetária e o desfecho da guerra comercial.

Segundo a analista de renda variável da Rico, Bruna Sene, investidores estrangeiros aportaram R$ 6 bilhões na bolsa de valores brasileira somente no mês de maio. O saldo aplicado por “gringos” no mercado nacional de ações em 2025 soma R$ 16 bilhões.

Na leitura de Sene, a entrada de fluxo estrangeiro é o principal fator para a quebra de recorde da bolsa.

“Um elemento é a rotação das carteiras globais, justamente por conta do aumento de incertezas nos Estados Unidos, que sempre foram um grande centro do dinheiro. Ou seja, a saída de parte do fluxo que estava nos Estados Unidos para países emergentes, e o Brasil foi um desses beneficiados, ajuda a explicar o recorde de hoje”, argumenta.

Sene detalha que os papéis preferenciais dos estrangeiros são do segmento de varejo, construção civil e bancário, além de Vale e Petrobras.

Em paralelo, a analista de renda variável da Rico retoma a ideia de que o preço dos papéis negociados no Ibovespa está barato para os investidores estrangeiros, com múltiplos abaixo da média histórica.

Outro elemento significativo para a elevação da bolsa de valores brasileira foi a interpretação de parte do mercado de que o BC encerrou o ciclo de juros, segundo ata publicada na manhã desta terça.

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa a 14,75% ao ano, maior patamar em quase duas décadas.

“Estamos vendo o fim da alta do ciclo de juros. O mercado sempre se antecipa aos movimentos”, diz Sene.

Na última segunda-feira (12), EUA e China apresentaram um acordo para reduzir suas tarifas punitivas impostas em abril por 90 dias, com Washington cortando suas taxas de 145% sobre produtos chineses para 30%, enquanto Pequim diminuiu as tarifas de 125% sobre importações norte-americanas para 10%.

A decisão também fez preço no Brasil.

O head de renda variável da Veedha Investimentos, Rodrigo Moliterno, avalia que o acordo bilateral trouxe alívio para o mercado financeiro e retirou a volatilidade e a insegurança da possível intensificação da guerra comercial.

“O tarifaço é prejudicial para todo mundo. Esse cenário externo é o que está fazendo destravar valor nos mercados, e o Ibovespa está se aproveitando desse momento”, diz.

Para os próximos meses, Moliterno também crê no fim da alta da taxa básica de juros e, caso o Copom concretize quedas da Selic no segundo semestre, isso pode beneficiar ainda mais o mercado acionário.

“Os investidores acreditam que, em algum momento, a Selic pode começar a cair, o que seria bastante vantajoso. Então, é isso que tem promovido essa performance positiva da bolsa nos últimos dias. Vamos lembrar que só no mês de maio a Bolsa está com 2,90% de alta e no ano com 15% de alta”, acrescenta.

Por outro lado, a analista de renda variável da Rico afirma que as questões fiscais brasileiras ainda são pontos de atenção e que podem atrapalhar a valorização das ações do Ibovespa.

“Temos uma recomendação de cautela para o investidor e bastante seletividade. Vale ter uma carteira equilibrada e acompanhar esses movimentos, porque, quando olhamos o cenário doméstico, ainda enxergamos muitos desafios”, finaliza Sene.

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