16/05/2025 - 23:39
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Câmbio e preços internacionais pressionam mercado de trigo no Brasil

A valorização do real frente ao dólar e a queda das cotações internacionais estão entre os principais elementos que têm influenciado o comportamento dos agentes do setor. A retração dos moinhos e a maior flexibilidade dos produtores refletem o atual momento de cautela. A seguir, confira os principais pontos que ajudam a compreender o cenário atual do mercado nacional e internacional do trigo.

De acordo com o analista da Safras & Mercado, Elcio Bento, o dólar sofreu desvalorização de cerca de 3,5% frente ao real, ao mesmo tempo em que o trigo argentino acumulou queda aproximada de 5% no mês, reflexo da retração de quase 9% no trigo hard norte-americano.

Essa combinação resultou em menor custo de importação, o que provocou ajustes negativos nos preços domésticos. “Mudanças em duas das três variáveis que formam o preço do trigo no Brasil — câmbio e cotação internacional — motivaram alteração no comportamento dos agentes”, explicou Bento.

Diante da possibilidade de novas quedas de preços, os produtores se mostram mais flexíveis nas pedidas. Por outro lado, os moinhos enfrentam dificuldades para escoar a farinha e, por isso, reduziram suas ofertas de compra.

Embora em abril os preços da farinha tenham registrado valorização média de 3%, a expectativa para maio é de desaceleração, acompanhando a queda no valor do trigo. “Câmbio e mercado internacional seguem muito voláteis, exigindo cautela nas decisões de curto prazo”, alertou o analista.

Rio Grande do Sul

Paraná

O mercado segue com baixa liquidez e negócios pontuais. Segundo Bento, “a queda no custo de importação motivou a entrada de novos vendedores, mas os moinhos ainda demonstram pouco apetite comprador. Esse descompasso achatou os preços”.

A Bolsa de Comércio de Rosário (BCR) projeta um plantio recorde de 7,2 milhões de hectares para a safra 2025/26, o maior volume em 15 anos. O crescimento de 4% na área plantada em relação ao ano anterior é atribuído à recuperação das reservas hídricas entre fevereiro e abril, que superam níveis registrados em anos favoráveis como 2021.

Se confirmada a produtividade média de 3.050 quilos por hectare, e descontando-se 300 mil hectares não colhidos, a produção poderá alcançar 21 milhões de toneladas.

Para a safra 2024/25, com base em imagens de satélite que indicaram ajustes na área semeada na região núcleo, estima-se uma área plantada de 6,91 milhões de hectares — aumento de 227 mil hectares. Com produtividade média de 3.040 quilos por hectare, a produção esperada é de 20,1 milhões de toneladas.

O mercado brasileiro de trigo segue pressionado por fatores cambiais e externos, com retração nos preços e baixo volume de negociações. A concorrência do trigo argentino e o comportamento dos agentes internos indicam um cenário de volatilidade. Paralelamente, a Argentina se prepara para uma das maiores safras dos últimos anos, o que deve manter a competitividade no mercado regional.

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