O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta quarta-feira (4) que há “indícios muito fortes” de que o Brasil conseguiu conter a gripe aviária com eficácia. Segundo ele, desde a confirmação do primeiro caso em granja comercial, em meados de maio, não houve novos registros da doença nesse tipo de unidade produtiva.
A avaliação positiva do ministro se baseia na ausência de novos focos em granjas comerciais — locais considerados críticos para embargos por parte dos países importadores. Apesar do otimismo, o Ministério da Agricultura confirmou que há uma nova suspeita sendo investigada em uma granja no Rio Grande do Sul.
Enquanto monitora a situação sanitária, o governo brasileiro já iniciou negociações com importantes parceiros comerciais para tentar reverter os embargos impostos por conta da doença.
De acordo com Fávaro, há expectativa de que algumas restrições comecem a ser flexibilizadas antes mesmo de se completarem os 28 dias exigidos após a desinfecção da granja afetada em Montenegro (RS), cujo processo teve início em 22 de maio.
Até o momento, 21 países suspenderam as importações de carne de frango de todo o Brasil, incluindo a China, principal compradora do produto em 2024. Outros 14 países restringiram apenas os embarques oriundos do Rio Grande do Sul, enquanto quatro suspenderam as compras especificamente do município de Montenegro.
Segundo o ministro, países como China, União Europeia e México já estão em tratativas para reduzir o raio geográfico das restrições.
Caso não haja novos registros da gripe aviária em aves comerciais até o fim do período de 28 dias — contados a partir da ocorrência em Montenegro —, o Brasil poderá se autodeclarar livre da doença. “Estamos no meio do ciclo, mais 14 dias e podemos declarar o Brasil livre da gripe aviária”, declarou Fávaro.
Na terça-feira (3), um caso de gripe aviária foi confirmado em uma ave no Zoológico de Brasília. No entanto, o governo federal ressaltou que focos em aves silvestres não são considerados para fins de embargos comerciais.
Desde o início da crise sanitária, os preços da carne de frango no mercado interno caíram cerca de 7%, reflexo direto das restrições impostas por outros países. Apesar disso, Fávaro minimizou o impacto sobre os produtores ao destacar que cerca de 70% da produção nacional é consumida internamente.
Para reforçar as ações de vigilância e resposta a emergências sanitárias, o Ministério da Agricultura está encaminhando à Casa Civil uma proposta de medida provisória. O texto prevê um aporte extra de R$ 135 milhões, em meio ao atual cenário de contingenciamento orçamentário do governo federal.