14/05/2025 - 02:06
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Brasil Inova no Cultivo de Algodão com Novas Cultivares Resistentes a Doenças e de Alta Qualidade

O Brasil acaba de receber duas novas cultivares de algodão, desenvolvidas com tecnologias genéticas de ponta para atender às demandas de diferentes regiões produtoras do país. Essas variedades, BRS 700FL B3RF e BRS 800 B3RF, são fruto de uma parceria entre a Embrapa e a IST Brasil – Lyntera e visam não apenas incrementar a qualidade da fibra produzida, mas também melhorar a resistência a doenças, um desafio significativo para o setor.

A cultivar BRS 700FL B3RF é voltada para produtores que buscam agregar valor por meio de uma fibra de alta qualidade, com características excepcionais para o mercado têxtil de luxo. Esta variedade apresenta fibras longas e extralongas, com espessura fina e resistência elevada. Com um desempenho que se aproxima das fibras egípcias e pima, tradicionalmente utilizadas na confecção de tecidos de alto valor agregado, a BRS 700FL B3RF se destaca pela sua qualidade.

“Essa cultivar vai ao encontro da crescente demanda por fibras de qualidade superior, que até hoje eram supridas, em grande parte, por importações. A BRS 700FL B3RF consegue oferecer essa qualidade com a fibra de algodão herbáceo (Upland), mantendo a produtividade e a sanidade das lavouras”, explica Camilo Morello, coordenador do Programa de Melhoramento Genético do Algodoeiro na Embrapa Algodão.

Com um comprimento médio de 33,5 milímetros, a BRS 700FL B3RF supera a marca de 34 milímetros em mais de metade dos testes realizados. Com uma produtividade média de 4.524 quilos por hectare e um rendimento de fibra de 38%, esta cultivar é recomendada para áreas no Cerrado e Caatinga, com destaque para os estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso e São Paulo, entre outros.

Focada em sanidade e produtividade, a cultivar BRS 800 B3RF se destaca pela forte resistência a doenças que afetam a cotonicultura brasileira, como a ramulária, a doença azul e a bacteriose, além da resistência ao nematoide de galhas, uma das pragas mais prejudiciais. De acordo com o pesquisador Nelson Suassuna, da Embrapa, a ramulária, por exemplo, exige até oito aplicações de fungicidas nas variedades suscetíveis. A BRS 800 B3RF, por sua vez, oferece uma solução eficiente e sustentável, reduzindo a necessidade de defensivos químicos.

Com ciclo precoce, essa cultivar se adapta bem a sistemas de segunda safra, comum em Mato Grosso, e também a cultivos tardios sob pivô, como ocorre na Bahia. A BRS 800 B3RF apresenta produtividade média de 5 mil quilos por hectare, com rendimento de fibra de 42% e comprimento de fibra de 29,5 milímetros.

Ambas as cultivares são geneticamente modificadas com a tecnologia Bollgard 3 RRFlex, que oferece proteção contra as principais lagartas do algodão, como Heliothis e Spodoptera. Essa tecnologia também confere tolerância ao herbicida glifosato, facilitando o controle de plantas daninhas. Além disso, as cultivares foram desenvolvidas para se adaptarem a diferentes condições de cultivo. A BRS 700FL B3RF, por exemplo, é mais exigente em termos de manejo e adequada a áreas de maior controle técnico, enquanto a BRS 800 B3RF, com ciclo mais curto e menor necessidade de manejo, é ideal para regiões com cultivo de segunda safra.

A introdução dessas novas cultivares ocorre em um momento estratégico para a cotonicultura brasileira, que é um dos maiores exportadores de algodão do mundo, mas ainda depende de importações de fibras de alta qualidade. A BRS 700FL B3RF surge como uma solução para diminuir essa dependência, oferecendo uma fibra de qualidade comparável às importações, mas produzida localmente.

Já a BRS 800 B3RF contribui para a sustentabilidade do setor, permitindo que os produtores mantenham a viabilidade de suas lavouras, mesmo em áreas afetadas por pragas e doenças, o que garante maior rentabilidade e redução de custos.

Com a chegada dessas novas cultivares, o Brasil não apenas se prepara para fortalecer seu mercado interno, mas também melhora a sustentabilidade e a competitividade de sua cotonicultura. Disponíveis através da IST Brasil – Lyntera, as sementes dessas novas variedades representam um avanço significativo para os produtores, oferecendo soluções para as diferentes realidades do campo e desafios da produção de algodão no país.

 

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