O coronel do Exército Waldo Manuel de Oliveira Aires, testemunha de defesa de Walter Braga Netto, afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (23), que o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil ficou surpreso com os atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Segundo Aires, ele e Braga Netto estavam jogando vôlei em Copacabana, no Rio de Janeiro, no momento da invasão às sedes dos Três Poderes.
“Creio que para todos foi uma surpresa porque não esperávamos que ocorresse. Os atos de depredação causaram uma certa surpresa porque jamais esperávamos até pelo histórico das manifestações dos conservadores, que eram pacíficas. Creio que a relação do Braga Netto também foi de surpresa“, alegou Oliveira Aires durante audiência.
Réu na ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, Braga Netto está preso preventivamente desde dezembro passado. Na noite de quinta-feira (22), o ministro Alexandre de Moraes determinou a manutenção da prisão preventiva do general.
De acordo com a Polícia Federal (PF), o general tentou interferir nas investigações do caso e acessar conteúdos sigilosos da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).
Entre as acusações apresentadas contra Braga Netto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) está a participação no planejamento do chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”.
A operação previa ações clandestinas, incluindo o assassinato de autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ainda conforme a denúncia do procurador-geral, Paulo Gonet, Braga Netto teria se reunido com integrantes das Forças Especiais do Exército, os chamados “kids pretos”, em sua residência funcional no dia 12 de outubro de 2022, para discutir o plano.
Na gestão Bolsonaro, Braga Netto ocupou as pastas da Casa Civil e da Defesa. Em 2022, foi candidato a vice ao lado do então presidente.
O STF começou a colher, nesta semana, depoimentos para o inquérito que apura a existência de uma trama golpista no país, após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.
A coleta de falas marca a etapa inicial do julgamento de aqueles que já foram formalmente acusados pela tentativa de golpe de Estado.
De acordo com a legislação, as testemunhas de acusação são as primeiras a serem ouvidas. Essas foram listadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e ouvidas entre segunda (19) e quarta (21). Os depoimentos de acusação foram marcados por contradições entre falas de comandantes das Forças Armadas.
Na quinta (22), a Corte começou a ouvir as testemunhas de defesa. Falaram as testemunhas escolhidas pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator no processo, Mauro Cid.
Nesta sexta, o STF colhe depoimentos pela manhã e à tarde.
Pela manhã foram ouvidos:
No período da tarde serão ouvidos: