A Calice, agtech especializada no uso de inteligência artificial para o agronegócio, anunciou a conclusão de uma rodada de investimentos no valor de US$ 2,5 milhões (equivalente a R$ 14,2 milhões na cotação atual). A empresa, originária da Argentina e já consolidada nos Estados Unidos, planeja usar os recursos para acelerar o desenvolvimento e a expansão de sua plataforma NODES™ no Brasil, com foco na digitalização de ensaios de campo e análise de dados agrícolas.
A rodada de investimentos foi liderada pela Astanor Ventures, um dos principais fundos europeus voltados para agtechs. O investimento marca o início de uma parceria estratégica para impulsionar a presença da Calice no Brasil. Além da Astanor, também participaram Draper Cygnus, Xperiment Ventures, AIR Capital, Innventure e GrainCorp Ventures.
“Com o apoio da Astanor, estamos finalizando uma etapa muito importante que nos ajudará a voar ainda mais alto à medida que escalamos a plataforma NODES™, principalmente no mercado brasileiro”, afirmou Pablo Romero, sócio fundador da Calice.
Inicialmente, a estratégia da empresa no Brasil está voltada para o modelo B2B, com foco em empresas de sementes, agroalimentícias e de biológicos. A expectativa é de que, em uma etapa futura, a solução também seja ampliada para outros setores do agronegócio.
“Estamos entusiasmados com o que está por vir e com tudo que construiremos para transformar o futuro da agricultura. O Brasil é claramente a próxima potência agrícola e tecnológica, com grande potencial para liderar globalmente”, completou Romero.
Para entender melhor o mercado brasileiro e fortalecer o relacionamento com o setor, a Calice participou de dois importantes eventos no país: o Web Summit Rio, no Rio de Janeiro, e a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), maior feira agrícola da América Latina.
Segundo Romero, a participação foi essencial para ouvir os desafios das empresas brasileiras e apresentar as soluções da Calice para o mercado nacional. “Tivemos conversas ricas sobre o futuro da tecnologia B2B e buscamos entender as demandas locais para desenvolver tecnologias cada vez mais completas”, comentou.
A Calice é especializada em modelar dados biológicos e agronômicos de culturas agrícolas, com o objetivo de prever e melhorar produtividade, qualidade e adaptabilidade em diferentes condições ambientais. A principal ferramenta da empresa é a plataforma NODES™, que utiliza inteligência artificial, ciência de dados e modelos preditivos para transformar grandes volumes de dados agrícolas em informações estratégicas.
Com essa tecnologia, as empresas podem otimizar programas de pesquisa e desenvolvimento (P&D), testes de posicionamento de produtos e ações comerciais, reduzindo custos, ampliando a eficiência e diminuindo os impactos ambientais.
Com os novos recursos, a empresa se prepara para lançar, em junho, uma nova versão da NODES™, voltada especialmente para equipes de desenvolvimento de produtos, melhoramento genético e equipes comerciais. Segundo a Calice, a ferramenta poderá ser usada por qualquer tipo de agroindústria e promete facilitar significativamente a análise de dados no campo.
“A IA e outras soluções disruptivas ainda têm muito a contribuir com a digitalização do agro. Podemos levar o setor a um novo estágio tecnológico, e nossas ferramentas vão acelerar esse processo de forma eficiente e sustentável”, destacou Mauricio Varela, engenheiro agrônomo e diretor da Calice no Brasil.