20/04/2025 - 19:19
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Especialistas: Brasil pode liderar transição para mercado de baixo carbono

A COP30, maior evento global sobre mudanças climáticas, que será sediado em Belém, no Pará, em 2025, pode ser uma vitrine para que o Brasil mostre seu protagonismo na transição energética para uma economia de baixo carbono, segundo apontam especialistas ouvidos pela CNN.

O incentivo econômico gerado pelo mercado de baixo carbono pode ser uma peça estratégica para que o país se adeque ao maior imperativo do século XXI: a descarbonização da economia.

Após a sanção da lei que regulamenta o mercado aqui no Brasil, aprovada no final de 2024, o setor passou a ter regras mais claras.

Na prática, a regulamentação determina que empresas responsáveis por lançar gás carbono em grandes quantidades na atmosfera devem compensar suas emissões e incentiva quem gera créditos a preservar e manter áreas verdes.

Para Rita Ferrão, presidente da ABCarbon, o marco regulatório abre espaço para que o Brasil seja um grande player nesse mercado.

Isso porque isso atrai segurança jurídica para negociações e as atenções de líderes internacionais para o modelo sustentável que o país pode vir a desenvolver.

Ao mesmo tempo, a lógica do mercado também é favorável ao Brasil, segundo explica o economista e professor da FGV de São Paulo, Gesner Oliveira.

Isso porque, o que o sistema propõe é que regiões que demorem mais tempo para se descarbonizar “comprem crédito de carbono de segmentos que conseguem ser mais eficientes, que são mais rápidos na inovação tecnológica para reduzir as emissões”, elucida.

O crédito de carbono ao qual o professor se refere é um papel que comprova que uma empresa investiu em uma iniciativa que permitiu a redução de emissões de carbono ou ajudou a capturar parte delas.

Projetos originados a partir da compra de um crédito de carbono seriam, por exemplo, o reflorestamento de um área desmatada ou a adoção de fontes renováveis de energia.

Nesse aspecto, o Brasil possui um território propício para que projetos ligados ao mercado se desenvolvam, visto que o país possui grande biodiversidade e quase metade da sua matriz energética é composta por fontes renováveis.

Nessa COP30, o Brasil deve buscar fortalecer sua liderança na agenda climática global, tendo como uma de suas principais metas a redução de gases de efeito estufa.

Com o setor em expansão e um futuro promissor, o governo deve adotar o mercado de carbono como uma estratégia para atingir essas metas.

Na conferência climática, segundo a presidente do ABCarbon, é preciso mostrar que é possível unir meio ambiente, inovação e justiça social por meio do mercado.

“Ele remunera quem preserva, leva renda para o campo, estimula manutenção de áreas verdes, novas tecnologias e transforma responsabilidade ambiental em oportunidade econômica para o país inteiro”, afirma Ferrão.

O Brasil pode ter acesso a oportunidades econômicas que direcionam seu modelo para um crescimento mais sustentável, com a transformação da cadeia produtiva, o aumento do investimento estrangeiro e criação de novos empregos no país.

De acordo com um estudo realizado pelo ICC Brasil, o país poderia gerar até R$ 100 bilhões em receitas no mercado de carbono até 2030. Tendo setores como o agronegócio, energia e floresta entre os principais beneficiados.

O diretor de Sustainability Business da Schneider Electric para a América Latina, Mathieu Piccin, explica que a expansão do mercado deve estimular a inovação tecnológica na indústria brasileira.

“A gente propõe através de um desenvolvimento sustentável a geração de empregos qualificados. Com isso, é possível esperar o aumento de pesquisas e o desenvolvimento científico no país”, pontua Piccin.

Ao pensar em oportunidades para a indústria nacional, o professor da FGV de São Paulo elencou a produção de hidrogênio verde como uma das apostas que pode crescer junto ao mercado.

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