Governistas atuam para blindar o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) no plenário da Câmara dos Deputados e estudam como transformar o pedido pela cassação dele em suspensão.
Nesta quarta-feira (9), o Conselho de Ética da Câmara aprovou, por 13 votos a 5, o parecer que pede a cassação de Glauber por quebra de decoro parlamentar. Ele é acusado de empurrar e expulsar um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) do Congresso Nacional durante uma confusão em 2024.
Agora, o deputado poderá recorrer da decisão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Se a CCJ rejeitar o recurso, o processo será encaminhado para o plenário da Casa, onde a cassação tem de receber ao menos 257 votos favoráveis para ser aprovada.
A perspectiva dos governistas ouvidos pela reportagem é que o recurso dificilmente deve ser aceito na CCJ.
Por isso, a intenção de aliados de Glauber é conseguir transformar de alguma maneira o pedido de cassação em pedido de suspensão. Portanto, uma pena sem tanta gravidade quanto a extinção do mandato dele.
Eles estudam se isso poderia ser feito por meio de emendas a serem apresentadas ou por meio de um novo relator em plenário, por exemplo.
Líderes governistas falaram ser preciso estudar todas as possibilidades e ainda entender a temperatura dos demais líderes partidários diante do caso. As conversas vão passar também, é claro, pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), responsável pela pauta do plenário.
O último caso de cassação aprovado no plenário da Câmara foi o da Flordelis, então deputada pelo PSD do Rio de Janeiro, em 2021.