Uma situação alarmante vem preocupando pais, professores e moradores de Campos de Holambra, distrito de Paranapanema. As crianças que frequentavam o Centro de Educação Infantil (CEI) Maurício Claro I foram realocadas para a unidade Maurício Claro II. após a interdição do prédio original pela Defesa Civil.
O local apresentava riscos de desabamento do telhado, colocando em perigo a segurança de alunos e funcionários. No entanto, a solução provisória encontrada pela Prefeitura tem gerado mais problemas do que resolvido, deixando a comunidade insatisfeita e preocupada com o bem-estar das crianças.
Segundo denúncias de pais e responsáveis, as crianças foram transferidas para uma sala que anteriormente era utilizada apenas como berçário na unidade Maurício Claro II. O espaço, no entanto, é insuficiente para acomodar adequadamente quase 40 crianças, 8 professores e 5 estagiárias. Além da superlotação, há apenas um banheiro disponível para todos, o que dificulta a higiene e o conforto. O calor no ambiente é descrito pela denunciante como insuportável, e não há estrutura adequada para atividades pedagógicas, trocas de fraldas ou banhos nos bebês.
A situação, que já dura meses, foi levada ao conhecimento dos vereadores e da Secretaria de Educação, mas até o momento nenhuma solução concreta foi apresentada. A denúncia aponta que, inicialmente, teria sido prometido que a transferência seria provisória, até que um local adequado fosse encontrado para abrigar as crianças. No entanto, a prefeitura teria alegado falta de verba para alugar ou reformar um espaço que atenda às necessidades básicas de uma unidade de ensino.
“Em uma reunião convocada pela Secretaria de Educação, representada pela secretária Alessandra Seawright, o diretor Érico e a supervisora Fernanda, os pais foram solicitados a ajudar na busca por uma casa que pudesse ser alugada por um valor entre R$ 3.500 e R$ 4.000. A comunidade se mobilizou e encontrou várias opções, mas, segundo os relatos, nenhuma decisão foi tomada até o momento. A justificativa dada pelas autoridades é a necessidade de avaliar questões como o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), documento essencial para garantir a segurança do local”, destaca a denúncia. No entanto, os pais questionam se o espaço atual, onde as crianças estão alojadas, possui essa anuência.
Além disso, a secretaria informou que o projeto de reforma do prédio interditado está aguardando deliberação por parte da engenharia. Porém, em uma mensagem enviada ao prefeito, os pais receberam a informação de que a reforma sequer consta no plano de governo.
Pais e responsáveis temem que a prolongada exposição a essas condições precárias possa afetar o desenvolvimento e a saúde das crianças. “É desumano deixar nossas crianças em um ambiente tão inadequado. Elas não têm espaço para brincar, estudar ou até mesmo descansar. O calor é insuportável, e o banheiro único é um risco à saúde de todos”, desabafa uma das mães.
OUTRO LADO – Questionada pelo A Voz do Vale, a Prefeitura de Paranapanema, por meio da Secretaria de Educação, destacou que “a realocação temporária das crianças da unidade do Centro de Educação Infantil Maurício Claro I para a unidade Maurício Claro II foi uma medida necessária para garantir a continuidade das atividades escolares em um ambiente adequado”.
Ainda segundo o executivo, “desde a mudança, ajustes foram realizados para melhorar o espaço e proporcionar mais conforto para alunos e profissionais. Além disso, a Prefeitura ampliou a estrutura da unidade, alugando novas salas e readequando os ambientes disponíveis, assegurando que todas as crianças tenham um espaço apropriado para suas atividades diárias. Reforçamos que todas as ações adotadas visam a qualidade da educação e o bem-estar dos estudantes, mantendo um diálogo aberto com a comunidade para contínuas melhorias”, finaliza a nota.