A suplementação nutricional tem se consolidado como uma estratégia eficiente para garantir o bom desempenho do rebanho, sendo uma prática adotada por pecuaristas preocupados com a saúde e o bem-estar animal. No entanto, esse investimento representa um custo significativo no sistema produtivo, o que exige do produtor uma escolha criteriosa dos suplementos e atenção aos resultados obtidos com sua utilização. A seleção de produtos de qualidade e de empresas confiáveis é o primeiro passo para alcançar bons resultados.
Uma tendência que vem ganhando força no mercado é o uso de suplementos para mistura, que se dividem em três categorias principais: premix, núcleos e concentrados. Os premix contêm apenas microminerais, podendo incluir vitaminas e aditivos. Já os núcleos são compostos por macro e microminerais, com a adição de vitaminas, aditivos e ureia pecuária. Por fim, os concentrados possuem micro e macrominerais, ureia pecuária e farelos proteicos, que devem ser diluídos em farelos energéticos como milho, sorgo e casca de soja antes de serem oferecidos aos animais.
Segundo Bruno Marson, zootecnista e diretor técnico industrial da Connan, os suplementos para mistura são enriquecidos com aditivos zootécnicos que promovem melhorias no desempenho dos animais. “Esses produtos oferecem uma grande variedade de aditivos nutricionais que ajudam a maximizar o desempenho do rebanho. O produtor deve escolher o suplemento que melhor se adapte aos desafios produtivos de sua propriedade, garantindo que as concentrações e inclusões estejam de acordo com as recomendações dos fabricantes ou técnicos”, afirma Marson.
O especialista explica que o nível de inclusão nas misturas varia conforme a tecnologia empregada. Para os premix, a inclusão é a menor, entre 0,1% e 1%. Já para os núcleos, a inclusão vai de 1% a 25%, enquanto para os concentrados, os níveis podem variar de 10% a 50%. Por isso, é essencial avaliar a composição dos produtos e suas garantias, a fim de atender plenamente aos objetivos de produção. “Além disso, o produtor deve considerar a facilidade de aquisição, o uso de insumos regionais, a capacidade de estocagem e mistura, além das oportunidades de mercado”, orienta Marson.
Se o produtor tiver acesso a todos os macrominerais (como fósforo, cálcio, enxofre, magnésio e sódio), além de fontes proteicas e energéticas, o premix pode ser a melhor opção. No entanto, se houver dificuldades para obter os macrominerais, a escolha de núcleos é mais apropriada. Já o uso de concentrados é mais prático, pois exige apenas a aquisição de um farelo energético.
Outro fator determinante na escolha do suplemento é a capacidade e a qualidade de mistura da fábrica de ração. “Se a mistura for feita em um vagão misturador, produtos com maior inclusão são recomendados. A mão de obra responsável pela mistura de suplementos e rações deve ser treinada para garantir a qualidade da mistura, com variação inferior a 10% do esperado”, ressalta Marson.
Ele também reforça que a qualidade da mistura é crucial para garantir que os animais consumam as porções diárias adequadas de cada nutriente. Para uma boa mistura, é recomendável realizar uma pré-mistura de ingredientes com pequenas inclusões (inferiores a 3%), adicionar os ingredientes mais densos por último e respeitar o tempo de mistura indicado pelo fabricante do equipamento. Manter os equipamentos limpos e revisados, além de realizar análises periódicas das matérias-primas e produtos, também são práticas essenciais.
“A escolha de produtos e fornecedores confiáveis é fundamental para garantir bons resultados. Trabalhar com suplementos de procedência e segurança evita surpresas indesejadas e falhas no desempenho. Um suplemento bem formulado, produzido e consumido corretamente melhora não só a saúde e o desempenho do rebanho, mas também os resultados econômicos da propriedade”, conclui Marson.
