A Atvos, uma das líderes na produção de açúcar e etanol no Brasil, recebeu um mandato de seu acionista majoritário, o Mubadala Capital, fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos: acelerar a transformação digital de suas operações. Para cumprir essa missão, a empresa investiu R$ 1,6 bilhão na safra 2023/2024 e destinará mais R$ 1,5 bilhão em cada uma das safras seguintes (2024/2025 e 2025/2026).
O plano para alcançar esse objetivo passa por alguns dos principais centros de inovação voltados para o setor agro no Brasil. Recentemente, a Atvos firmou uma parceria com o PwC AgTech Innovation, localizado em Piracicaba (SP), e está prestes a anunciar outro acordo com o Área 51, um espaço de conexão entre startups e grandes empresas no Dabi Business Park, em Ribeirão Preto (SP).
Esse movimento estratégico demonstra a ambição da gigante sucroenergética. A empresa concluiu recentemente um investimento na agtech BemAgro, especializada em processamento de dados e geração de relatórios agronômicos, participando como uma das líderes em uma rodada de investimento de R$ 15 milhões, que contou também com a Suzano e a CNHi.
De acordo com Alexandre Maganhato, CTO (Chief Technology Officer) da Atvos, a empresa está comprometida em aumentar sua moagem de cana de 30 milhões para 40 milhões de toneladas anuais em três anos. “Para atingir essa meta de 30% de aumento no desempenho, não podemos simplesmente contratar mais 3 mil pessoas. O objetivo é alcançar isso com menos contratações e muita tecnologia”, explicou Maganhato.
Os tech hubs Área 51 e PwC AgTech Innovation desempenharão papéis complementares na busca da Atvos por startups, tanto em estágios iniciais quanto mais avançados. Maganhato destaca que o Dabi Business Park é estratégico devido ao desenvolvimento das Fatecs (Faculdades de Tecnologia) em Ribeirão Preto, e o AgTech da PwC será crucial para o scouting de startups e para facilitar avaliações de valor.
“A PwC está ajudando na avaliação de startups early stage, oferecendo uma visão imparcial que ajuda a alcançar um consenso entre o comprador e o fundador”, afirmou Maganhato.
Ao investir em startups early stage, a Atvos busca explorar segmentos menos saturados. Maganhato explica que empresas com menos de R$ 50 milhões em receita, que ainda não têm grandes clientes, podem se beneficiar enormemente ao fazer parceria com uma operação da magnitude da Atvos. “Nossos canaviais somam quase 500 mil hectares. Quando a Atvos entra, o porte da startup muda significativamente”, ressaltou.
A PwC ajuda na avaliação das startups antes e depois da parceria, com contratos que variam de 3 a 5 anos. A Atvos já trabalha com três startups em desenvolvimento, e a empresa está animada com os primeiros frutos do investimento na BemAgro, que já digitalizou todos os talhões e processos de plantio e colheita.
A Atvos está focada em inovações em três áreas principais: industrial, logística e agrícola. A empresa está investindo em tecnologias como Internet das Coisas (IoT), sensoreamento, drones e operações autônomas. Maganhato destaca que novos acordos estão sendo assinados e que essas inovações poderão revolucionar o setor agro.
“Estamos firmemente empenhados em transformar o agro com essas novas tecnologias. O futuro promete ser revolucionário”, conclui Maganhato.