21/04/2025 - 04:25
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Umidificador ou purificador? Qual devo usar para combater a secura e onda de calor sufocante

A seca provocada pela escassez de chuvas tem contribuído para a piora da qualidade do ar em diferentes cidades do Brasil. Em São Paulo, onde a qualidade do ar por três dias seguidos esteve entre as mais poluídas do mundo, a situação se agrava ainda mais por conta da presença de material particulado de incêndios espalhados pelo País, que se mistura com a poluição gerada pela própria capital.

Para o médico pneumologista Eduardo Algranti, coordenador da Comissão Científica de Doenças Respiratórias Ambientais e Ocupacionais da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), o problema não é apenas a baixa umidade relativa do ar (URA), mas a combinação simultânea de vários elementos, o que agrava o cenário.

“Estamos vivendo dias críticos, porque temos a soma de calor, baixa umidade do ar, poluição por material particulado, insolação e formação de ozônio aumentando. Somando tudo isso, é um coquetel muito agressivo para o organismo”, diz o especialista.

A fumaça, nociva à saúde, também entra nas casas e apartamentos. Há uma série de estratégias para amenizar a baixa umidade relativa do ar e driblar esse “coquetel agressivo”, citado por Algranti. Além do uso de máscaras e constante hidratação, especialistas recomendam o uso de umidificadores e purificadores de ar em ambientes fechados.

Cada um desses dois aparelhos têm uma função específica.

Umidificador: é um equipamento que vai gerar a umidade para o ar, por meio da nebulização ou aquecimento da água armazenada em um reservatório. Sua utilização é recomendada para quando o ambiente estiver seco (com a URA abaixo de 35%).

Purificador: vai agir para limpar o ar removendo o material particulado. Ou seja, o equipamento não interfere na umidade do ambiente, mas na eliminação dos poluentes.

“Quando se umidifica o ambiente, as partículas vão ser incorporadas no vapor, nas micropartículas de água, e se sedimentam mais fácil. Isso significa que a quantidade de material particulado no ar cai”, diz o pneumologista Eduardo Algranti, da SBPT.

Existe mais de um tipo de umidificador. O mais recomendado para residências são os ultrassônicos, considerados mais baratos e eficientes. Esses aparelhos têm a vantagem de não aquecerem a água e, com isso, não aumentarem a temperatura do ambiente, explica Robson Petroni, químico e especialista em Qualidade do Ar Interno e coordenador da Conforlab Engenharia Ambiental.

Em relação à manutenção, os especialistas alertam para os cuidados com a limpeza e a troca diária da água do reservatório.

“Existem bactérias que podem se instalar em umidificadores, como a Legionella e causar problemas de saúde, como pneumonia. Mas, se a água e o reservatório sempre estiverem limpos, o uso do umidificador pode ser muito benéfico, no que diz respeito ao conforto da respiração”, diz Petroni.

No caso de não ter esse tipo de equipamento em casa, Algranti recomenda estratégias caseiras. “Uma saída para isso é colocar vasilhas de água espalhadas no ambiente. Quanto maior a superfície de contato entre a água com o ar, maior o nível de evaporação e melhor a umidificação. É muito prático, e pode funcionar”, diz o médico.

A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que a umidade relativa do ar ideal para ambientes internos fique entre 20% de 60%. Enquanto as normas brasileiras de qualidade de ar interno, estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), indicam a faixa entre 35% e 60% – acima disso, há o risco de criação de mofo e desconforto às pessoas.

Segundo Robson Petroni, a sugestão é que os umidificadores sejam utilizados quando a URA estiver abaixo de 35%.

Por essa razão, o médico Eduardo Algranti recomenda também, além da compra de um umidificador, a aquisição de um medidor de umidade relativa do ar. “É de grande utilidade”, afirma o pneumologista.

“Nosso organismo não foi feito para respirar ar seco. Temos uma umidificação natural quando respiramos, e (o ar) já chega umidificado pelo próprio organismo na região alveolar. Quando você respira um ar seco, você começa a fazer com que a mucosa das vias aéreas superiores resseque e perca essa capacidade de umidificação. E isso, basicamente, acaba sobrecarregando toda a questão do sistema respiratório”, acrescenta o médico.

Para Robson Petroni, o cenário de seca e poluição que atinge o Brasil sugere o uso não apenas de um umidificador, mas também de um purificador. “O material particulado é a poeira que nunca se deposita. Ela é tão leve e tão pequena que fica sempre em suspensão do ar. Aí a gente respira essa poeira, passa pelo nosso organismo e acaba no curto, médio e longo prazo causando problemas na nossa saúde.”

Diferente do umidificador, o purificador é um aparelho que limpa o ar ao fazer a remoção de material particulado, microrganismos e odores. O ar contaminado passa pelo filtro e sai limpo por um exaustor.

Os purificadores com determinados tipos de filtro têm capacidade de remover as partículas menores e mais nocivas à saúde. De acordo com o químico, a recomendação é a compra de purificadores com o filtro do HEPA.

“(Esse filtro) Tem alta capacidade para remover as partículas pequenas, que chamamos de PM10, PM2,5, PM1, e tornar o ar mais limpo”, diz. “A eficiência dele é de 99%, ou seja, a cada 100 partículas, ele filtra 99, conforme a especificação do fabricante.”

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