19/04/2025 - 05:49
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Análise: Kamala se prepara para o tão esperado confronto com Trump, enquanto ele aposta em abordagem informal

O momento mais importante na corrida entre Kamala Harris e Donald Trump chega esta semana, à medida que a vice-presidente se prepara para o que pode ser sua única oportunidade de confrontar diretamente um ex-presidente cujo domínio político ela promete acabar.

O debate de terça-feira (10) à noite é particularmente crucial para Kamala, que está lutando para se definir aos olhos dos eleitores e manter o impulso positivo que tem desfrutado desde que se tornou a nova candidata do partido Democrata em julho.

O debate no National Constitution Center na Filadélfia será o primeiro encontro cara a cara entre Harris e Trump, que estão envolvidos em uma corrida apertada.

Para Kamala, é um momento de destaque para mostrar aos americanos que ela está pronta para assumir a presidência, uma questão que está muito na mente dos eleitores à medida que a campanha se intensifica.

“Olhem, é hora de virar a página da polarização,” disse ela durante uma parada de fim de semana em Pittsburgh, enquanto fazia uma pausa nos preparativos para o debate. “É hora de unir nosso país e traçar um novo caminho a seguir.”

Enquanto isso, Trump está ansioso para moldar negativamente a percepção dos eleitores sobre sua rival democrata e interromper os avanços que ela fez desde que ascendeu ao topo da chapa democrática em julho. Kamala eliminou o que, por grande parte do ano, havia sido a vantagem de Trump sobre Biden nas pesquisas presidenciais.

Tanto Kamala quanto Trump estão se apresentando como agentes de mudança. A Democrata se apresenta como uma ruptura limpa de uma era política amargamente divisiva dominada por Trump. O ex-presidente, no entanto, aponta para o tempo de Kamala na administração Biden e diz que ela é responsável pela inflação, taxas de hipoteca mais altas, entre outras questões.

A campanha de Trump e seus aliados acusaram a vice de Biden de evitar detalhes políticos. No entanto, a resposta incoerente de Trump na semana passada a uma pergunta sobre como tornaria o cuidado infantil mais acessível foi um lembrete vívido de que o ex-presidente há muito descarta detalhes políticos e questões sobre a viabilidade de suas propostas.

Trump também lançou ataques racistas e vulgares contra Kamala, incluindo a alegação falsa em julho de que ela “de repente se tornou negra” alguns anos atrás (ela é filha de imigrantes indianos e jamaicanos) e compartilhando nas redes sociais referências ao seu antigo relacionamento com o ex-prefeito de São Francisco, Willie Brown.

Se Trump fizer comentários semelhantes — e como Kamala responderá — isso pode moldar a percepção dos eleitores sobre o confronto deles na terça-feira.

O debate, moderado pelos âncoras da ABC Linsey Davis e David Muir, está agendado para durar 90 minutos. Assim como no debate da CNN entre Trump e Biden em junho, os microfones dos candidatos serão ligados quando for a vez deles de falar e silenciados caso contrário.

Essas regras — acordadas pelas campanhas de Biden e Trump — frustraram a Democrata, que esperava usar suas habilidades como ex-promotora durante qualquer confronto no palco com Trump.

“A vice-presidente Kamala Harris, uma ex-promotora, estará fundamentalmente em desvantagem com esse formato, que servirá para proteger Donald Trump de trocas diretas com a vice-presidente. Suspeitamos que essa seja a principal razão para a insistência da campanha de Trump em microfones silenciados,” disse a campanha de Harris na quarta-feira (4) em uma carta para a ABC News concordando com o debate.

O debate ocorre pouco antes do início da votação antecipada em vários estados-chave. As pesquisas mostram uma corrida apertada nacionalmente e em pontos críticos — incluindo o “muro azul” da Pensilvânia, Michigan e Wisconsin, assim como os estados do cinturão do Sol, Arizona, Geórgia, Nevada e Carolina do Norte.

Ambas as campanhas têm prestado atenção especial à Pensilvânia e à Geórgia, onde pesquisas recentes da CNN indicaram que não há um líder claro entre os candidatos. Se Trump mantiver a Carolina do Norte, um estado que venceu duas vezes, vitórias na Pensilvânia e na Geórgia poderiam levá-lo além dos 270 votos eleitorais necessários, mesmo que não ganhe nenhum dos outros estados críticos.

Kamala recebeu uma notícia animadora no final da semana passada, quando sua campanha anunciou que arrecadou quase o triplo do montante arrecadado por seu rival republicano em agosto — $361 milhões contra $130 milhões de Trump — entrando em setembro com $404 milhões em reservas de caixa para o sprint final de dois meses até novembro. Esse valor supera amplamente os $295 milhões que a operação política de Trump afirma ter em caixa.

No entanto, uma pesquisa do New York Times/Siena College divulgada no domingo (9) destacou a importância da disputa para definir Harris. A pesquisa, que mostrou os dois candidatos aproximadamente empatados nacionalmente, sugeriu que uma parcela significativa dos eleitores ainda precisa de mais informações sobre a vice-presidente: 28% dos eleitores prováveis disseram que sentem que precisam aprender mais sobre Kamala, enquanto apenas 9% disseram o mesmo sobre Trump.

A pesquisa também ofereceu alguns alertas potenciais para a Democrata. Enquanto 61% dos eleitores prováveis disseram achar que o próximo presidente deveria representar uma “mudança significativa” em relação a Biden, apenas 25% disseram achar que Kamala Harris representa tal mudança, enquanto 53% disseram que Trump a representa.

A mesma pesquisa revelou que 47% dos eleitores prováveis consideram Kamala muito liberal, apesar de suas tentativas de se moderar nas últimas semanas, em comparação com 32% que disseram que Trump é muito conservador.

Os dois candidatos tomaram abordagens drasticamente diferentes para se prepararem para o confronto de terça-feira.

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