Por mais trivial que possa parecer, aquele papo de elevador ou em alguma fila pode ser importante para a sua saúde mental. Para além da boa educação, cumprimentar alguém e puxar assunto com um estranho pode trazer uma sensação de pertencimento, e ser mais relevante do que se pode imaginar.
Leia também
-
Vida & Estilo
Faça em casa máscara antienvelhecimento com fruta rica em vitamina C
-
Vida & Estilo
Amigo-oculto: 12 ideias de presentes para gen Z e millennial até R$ 50
-
Pouca vergonha
O prazer é delas! O que é a independência sexual e como alcançá-la
À medida que envelhecemos, as oportunidades de interação espontâneas tendem a reduzir, além da vida urbana, que faz parecer que “conversas triviais” são um incômodo. A psicóloga Isabela Furtado aponta que embora esse tipo de contato possa parecer insignificante, ele desempenha um papel importante no bem-estar emocional.
“Estudos mostram que interações sociais, mesmo que breves, liberam dopamina e ocitocina, hormônios associados ao prazer e à conexão”, salienta a profissional. Outro ponto positivo é a construção de empatia, fazendo com que se “desligue” o piloto automático para uma conexão real e genuína.
Se conectar com o mundo
A capacidade de interagir com pessoas desconhecidas de forma civilizada e significativa é uma habilidade necessária para existir em sociedade. “Desde o nascimento, os seres humanos são biologicamente programados para buscar contato físico e emocional com outros. Esse vínculo é fundamental para o desenvolvimento saudável e permanece essencial ao longo da vida”, comenta Isabela.
Além disso, pesquisas da Universidade de Harvard sobre felicidade mostram que relacionamentos interpessoais próximos são o principal fator de longevidade e satisfação na vida.
“Gosto sempre de enfatizar a importância das pequenas ações, pois geram o ‘poder’ de fazer de um dia difícil, um dia mais leve. Não espere ‘ter’ um bom dia, ‘faça’ um bom dia! A cada encontro no caminho, uma nova oportunidade”, exemplifica a psicóloga.
Como começar uma conversa
Lembre-se sempre que o início de uma conversa depende de cada pessoa. Segundo Isabela, para tornar o momento mais tranquilo e confortável, aproveite o ambiente ou situação compartilhada como ponto de partida.
“Assuntos neutros são menos invasivos e facilitam a interação. Exemplo em um elevador: ‘Essa música do elevador é relaxante, não acha?’, ou em uma fila: ‘Essa padaria sempre tem movimento, mas vale a pena, não é?’ Esse tipo de abordagem é simples e cria um espaço confortável para a outra pessoa responder”, exemplifica a psicóloga.
A especialista também recomenda que comentar algo positivo é bem-vindo nesse primeiro contato. Demonstre interesse genuíno; e esteja inteiramente presente e atento a linguagem corporal, pois também diz muito sobre a fluidez da conversa.
Por fim, Isabela reforça que existem momentos em que não cabe uma conversa. “É prudente aceitar o silêncio com naturalidade, nem toda tentativa de conversa precisa levar a um diálogo longo. Um breve comentário ou sorriso já pode ser suficiente para criar um momento agradável.”