Na manhã desta quarta-feira (4), por volta das 9h, a Polícia Militar de Avaré prendeu dois irmãos sob a grave acusação de maus-tratos a um cão doméstico no Jardim Presidencial. A denúncia partiu de um vizinho, que, enquanto trabalhava em uma construção próxima, avistou um cão com um ferimento grave no quintal da residência e imediatamente acionou a PM.
Ao chegarem ao local, os policiais encontraram um cão deitado sobre um sofá, com um ferimento extenso e profundo na região abdominal, que poderia ter sido produzido por um instrumento cortante.
Os dois irmãos, moradores da casa, foram imediatamente conduzidos à delegacia em flagrante. Inicialmente, ambos negaram qualquer responsabilidade pelo ferimento do animal. No entanto, durante a abordagem, a versão mudou e eles começaram a trocar acusações. Um dos envolvidos primeiramente tentou justificar o ferimento como sendo causado por uma porta, uma explicação totalmente inconsistente com a lesão. Em seguida, ele acusou sua irmã de ter cortado o animal. A mulher, por sua vez, negou a acusação, alegando ter encontrado o cão já ferido por volta das 8h da manhã e que não procurou atendimento veterinário por falta de recursos.
Dentro do imóvel, a polícia encontrou e apreendeu uma faca de cozinha de pequeno porte, com cabo de madeira, que supostamente foi utilizada no crime. O objeto foi lacrado e encaminhado para perícia técnica. Além do cão ferido, foram encontrados outros quatro cães na residência, todos com sinais evidentes de negligência e ausência de cuidados básicos.
Durante os interrogatórios, um dos conduzidos exerceu o direito ao silêncio. A outra envolvida manteve a versão de desconhecimento sobre o autor da lesão, alegando que não tomou providências por “limitações pessoais”.
A materialidade do crime foi evidenciada pela condição clínica do cão e pela apreensão do instrumento cortante. Diante dos fatos, ambos foram formalmente indiciados com base no artigo 32, que trata dos maus-tratos a cães e gatos. A pena prevista para este crime é de reclusão de dois a cinco anos, além de multa e proibição da guarda.
Os indiciados foram encaminhados para audiência de custódia, onde as medidas legais cabíveis serão tomadas.
Diante da gravidade da situação, veterinários da Prefeitura foram acionados e confirmaram os maus-tratos, prestando os primeiros socorros ao cão mais ferido. Além disso, foi feito contato com uma ONG local, que ficou responsável pelo recolhimento dos demais animais para que recebam os cuidados necessários.