Apesar da cautela adotada pela indústria diante de uma demanda doméstica mais contida, o bom desempenho das exportações tem contribuído para equilibrar o setor e manter a confiança dos produtores em relação às margens.
De acordo com o analista da Safras & Mercado, Allan Maia, as negociações envolvendo o suíno vivo ocorreram de forma equilibrada, mas com a indústria adotando uma postura mais conservadora.
“A expectativa é de que a segunda quinzena do mês apresente um escoamento mais difícil da carne, devido à menor capitalização das famílias, o que reduz o apelo da demanda na ponta final”, explicou Maia.
Ainda segundo o analista, os produtores relatam uma oferta de animais ajustada à demanda. Esse equilíbrio, somado ao bom ritmo das exportações, tem ajudado a conter maiores quedas no mercado interno.
A demanda internacional por carne suína brasileira segue aquecida e tem contribuído para enxugar a disponibilidade do produto no mercado doméstico, o que sustenta os preços em muitas regiões. Além disso, o cenário de queda nos custos de produção, especialmente do milho, traz alívio ao setor.
“O setor está otimista com relação às margens, considerando que o milho, um dos principais componentes do custo de produção, mantém tendência de baixa no Brasil”, destacou Maia.
Levantamento semanal realizado pela Safras & Mercado mostrou leve recuo na média nacional do preço do quilo do suíno vivo, que passou de R$ 7,81 para R$ 7,80. Nos cortes, o pernil caiu de R$ 14,29 para R$ 14,23, enquanto a carcaça teve queda de R$ 12,73 para R$ 12,66.
Confira a variação dos preços por estado:
As exportações brasileiras de carne suína “in natura” continuam em ritmo forte. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior, em maio (com dados até o dia 6), o país exportou 34,7 mil toneladas, com receita de US$ 88,567 milhões.
Na comparação com maio de 2024, os dados mostram:
Esses números confirmam o bom momento do setor no mercado externo, contribuindo para o otimismo em meio a um cenário interno mais desafiador.