17/05/2025 - 09:37
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Mercado de arroz segue estagnado no Brasil, apesar de alta pontual nas exportações de arroz em casca

O mercado brasileiro de arroz atravessa um momento de estagnação, com pouca variação nos preços e baixa movimentação nos negócios. Segundo o analista e consultor da Safras & Mercado, Evandro Oliveira, a ausência de fatores consistentes de tração — tanto no mercado interno quanto externo — mantém os agentes cautelosos e o setor em compasso de espera. Enquanto isso, as exportações não conseguem absorver o excedente de oferta, e a concorrência internacional impõe novos desafios à competitividade do produto nacional.

De acordo com Oliveira, a dinâmica do mercado segue lateralizada, sem vetores sólidos que impulsionem a retomada. “A dinâmica tem sido de espera, com agentes cautelosos diante da falta de estímulos consistentes, seja no campo da demanda interna ou externa”, afirma.

As expectativas se voltam para possíveis gatilhos que venham do câmbio, da reposição de estoques ou de uma reativação mais robusta das exportações. No entanto, até o momento, o ambiente permanece sem grandes alterações, refletindo a incerteza que permeia o setor.

Entre os principais obstáculos enfrentados pelo Brasil está o fortalecimento da concorrência externa, especialmente de países do Mercosul e dos Estados Unidos. Um dólar em patamar relativamente estável também contribui para reduzir a atratividade dos preços do arroz brasileiro no mercado internacional, afetando a competitividade.

Além disso, limitações logísticas e comerciais dificultam a manutenção de mercados anteriormente conquistados, ampliando os desafios para o avanço das exportações.

Na temporada comercial 2025/26 (março/abril), as exportações brasileiras de arroz em base casca cresceram modestos 5,07% em comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando 218,98 mil toneladas.

O arroz beneficiado, que geralmente representa os produtos com maior valor agregado, apresentou retração expressiva de 52,2%. Destacam-se as quedas nas exportações para Cuba (-86%) e Peru (-62%), indicando possível perda de competitividade ou mudanças nos padrões de compra dos parceiros comerciais.

O arroz quebrado, principal item exportado em volume, também sofreu recuo de 23,1%. Ainda assim, o Senegal se manteve como o maior destino, com crescimento de 33% nas aquisições, somando 68,66 mil toneladas. Por outro lado, Gâmbia e Serra Leoa reduziram de forma significativa suas compras.

A principal surpresa do período foi o aumento expressivo nas exportações de arroz em casca, que saltaram de 4,03 mil toneladas para 79,18 mil toneladas. Costa Rica, Venezuela e México foram os principais responsáveis por esse avanço. “Mercados que até então tinham pouca ou nenhuma representatividade nesse tipo de produto na temporada anterior”, destaca Oliveira.

No mercado doméstico, os preços seguem em trajetória de queda. No Rio Grande do Sul, a saca de 50 quilos de arroz (58/62% de grãos inteiros, pagamento à vista) foi cotada a R$ 76,41 na última quinta-feira (15), o que representa uma leve queda de 0,06% em relação à semana anterior.

Na comparação mensal, o recuo acumulado chega a 0,93%, enquanto, em relação ao mesmo período de 2024, a desvalorização é significativa: 34,09%.

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