Como renovar uma saga que, há cinco filmes, traz, praticamente, a mesma história? Esse foi o desafio dos diretores Zach Lipovsky e Adam Stein em Premonição 6 — e eles conseguiram. Após 14 anos de hiato, a dupla assumiu a missão de entregar uma nova sequência com uma ideia inovadora e curiosa.
A história segue Stefani Lewis, uma jovem que mora na faculdade, em uma cidade longe de casa, e passa a ter pesadelos com uma tragédia envolvendo a avó, Íris Campbell (Brec Bassinger, na versão jovem). Ela, então, retorna à cidade natal para tentar entender os motivos para tais sonhos e fazer com que eles cessem.
Ao conversar com a avó (Gabrielle Rose, na versão idosa), ela descobre que os sonhos se referiam a uma premonição que a mulher teve anos atrás e salvou milhares de vidas. Ao longo dos anos, entretanto, as pessoas que vivenciaram o momento foram morrendo, assim como acontece nos outros filmes, mas Íris permaneceu viva, rompendo o ciclo.
Inovação
Premonição 6 tem duas grandes diferenças para os outros títulos da saga e que trazem uma inovação para a sequência. Para começar, os diretores optaram por colocar a premonição de uma outra pessoa na história e desafiaram a protagonista a encontrar um paralelo sobre aqueles que estiveram presentes no momento da premonição e as mortes.
A escolha gerou uma situação bastante curiosa e que foi um ponto genial para a produção. E, apesar de parecer confuso, tudo faz sentido. A morte, dessa vez, busca não só os que sobreviveram à tragédia, mas, também, aos filhos e netos dessas pessoas, já que as famílias não deveriam existir.
Outro ponto é que Laços de Sangue traz mais emoção e apelo por parte da protagonista Stefani, já que quem está em jogo é a família dela. O senso de cuidado, as emoções e até o sentimentalismo são muito maiores aqui do que nos demais filmes da saga, mas não se sobressaem quando o assunto são as mortes. O quebra-cabeça é complementado com as atuações dos artistas.
Construção das mortes
Como em qualquer filme de terror e, principalmente, em Premonição, é muito interessante ver como os diretores desenham e projetam as mortes com determinadas atitudes dos personagens. Eles levam o foco a diversos objetos registrados ao longo das sequências e constroem situações que te deixam com expectativa sobre o que está prestes a acontecer.
Os diretores foram criativos com a morte de cada personagem e entregam um prato cheio para os fãs. Só esses motivos já mostram que o filme é obrigatório para os amantes do terror e, claro, de Premonição.
“Tributo”
Além do filme em si, uma outra razão para ir ao cinem é Tony Todd. O ator morreu em novembro do ano passado, vítima de câncer. Ele participou de todos os filmes da saga e sempre aparecia dando muitos detalhes sobre a morte.
Em Premonição 6: Laços de Sangue, ele deixa um recado emocionante. De acordo com os diretores, o ator ficou livre para falar o que queria e abriu o coração, basicamente, sobre a própria morte.
Apesar de curta, a aparição do ator é muito marcante, além de importante para a sequência dos acontecimentos.